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Pesquisas eleitorais em Curitiba, dá para confiar?

2 de outubro de 2024

À medida que o dia 6 de outubro se aproxima, primeiro turno das eleições municipais, e a expectativa pelo pleito, surgem questionamentos sobre a credibilidade dos institutos de pesquisa envolvidos na divulgação dos dados. Diversas pesquisas têm sido divulgadas, mas a confiabilidade de algumas delas vem sendo contestada. A presença de institutos com histórico problemático e a falta de transparência em relação aos financiadores são fatores que levantam alertas.

A credibilidade das pesquisas em jogo

Com 11 pesquisas registradas entre os dias 16 e 30 de setembro, Curitiba vive um verdadeiro bombardeio de dados eleitorais. Embora esses levantamentos tenham o potencial de oferecer um panorama das intenções de voto, é crucial que o eleitor fique atento à origem dessas informações. Por exemplo, o Studio Pesquisa, um dos que divulgará pesquisas na reta final, enfrenta questionamentos da Justiça Eleitoral em outras cidades como Imbé, no Rio Grande do Sul. Esse tipo de histórico coloca em xeque a imparcialidade e a qualidade das pesquisas que serão divulgadas.

A pesquisa eleitoral do Instituto Veritá em Divinópolis foi questionada devido às preocupações quanto à falta de transparência sobre os bairros pesquisados e à ausência de uma Nota Fiscal, apesar de o próprio instituto ter arcado com o custo de R$ 23 mil. Além disso, o estatístico responsável pela pesquisa, Guilherme de Alvarenga Alves, está envolvido em uma controvérsia sobre uma pesquisa semelhante em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e enfrenta pedido de impugnação por alegações de irregularidades. A pesquisa aborda intenções de voto, rejeição de candidatos e avaliação de governos, mas sua credibilidade foi questionada justamente por esses fatores.

Outro ponto que merece atenção é a autocontratação de institutos, como é o caso da Atlas, que é a pagante de duas pesquisas em Curitiba. Embora essa prática não seja ilegal, ela levanta questões sobre a independência dos resultados, pois há um conflito de interesses quando o próprio instituto que realiza a pesquisa também paga por ela. Situações como essa podem distorcer a percepção pública e criar um cenário que favoreça determinados candidatos.

LEIA TAMBÉM O PERIGO DAS PESQUISAS ELEITORAIS SEM CREDIBILIDADE

Quem está por trás das pesquisas?

Saber quem contrata e financia as pesquisas é fundamental para entender o viés por trás dos números. Em Curitiba, veículos como Banda B, RPC, Editora Bem Paraná, TV Independência (Grupo RIC) e Jornal Plural são algumas das que financiaram pesquisas eleitorais nesta reta final. O envolvimento de veículos de comunicação no financiamento de pesquisas acrescenta uma camada adicional de credibilidade.

Além disso, quando consideramos que alguns desses levantamentos são pagos diretamente pelos institutos que os realizam, como é o caso da Atlas e do Studio Pesquisas, a transparência desses dados fica ainda mais nebulosa. Mesmo que seja prática comum, a autocontratação sempre levanta suspeitas de manipulação dos números em favor de quem está financiando o estudo.

O impacto das pesquisas no eleitorado

As pesquisas têm o poder de influenciar diretamente o comportamento do eleitor, especialmente quando divulgadas na reta final da campanha. O fenômeno conhecido como “efeito bandwagon”, em que os eleitores tendem a apoiar os candidatos que lideram as pesquisas, pode ser potencializado quando há uma enxurrada de dados. Em Curitiba esse risco é ainda maior, considerando que muitas pesquisas serão divulgadas simultaneamente entre os dias 4 e 5 de outubro, apenas um ou dois dias antes da eleição.

O impacto desse tipo de divulgação pode distorcer a corrida eleitoral e favorecer candidaturas que nem sempre representam a melhor escolha para o eleitorado. Além disso, quando consideramos a presença de institutos com histórico de problemas legais ou falta de transparência, é importante que o público analise com ceticismo os números apresentados.

Como o eleitor pode se proteger?

Em um cenário de tantas pesquisas e informações conflitantes, o eleitor curitibano deve adotar uma postura crítica e cautelosa. Aqui estão alguns pontos importantes para guiar essa análise:

1. Quem contrata: saber quem está por trás da pesquisa é fundamental. Empresas independentes tendem a gerar resultados mais confiáveis.

2. Metodologia: verificar o número de entrevistados e a margem de erro pode dar uma noção melhor da precisão dos resultados.

3. Histórico do instituto: empresas com históricos de problemas legais ou de falta de transparência devem ser encaradas com desconfiança.

4. Não se deixe influenciar apenas pelas pesquisas: embora elas sejam um termômetro importante, o eleitor precisa tomar suas decisões com base em um conjunto mais amplo de informações, como o histórico dos candidatos, suas propostas e debates públicos.

O que esperar do dia 6 de outubro?

Curitiba vive um cenário eleitoral competitivo, onde a influência das pesquisas será sentida até o último momento. No entanto, o eleitorado deve estar atento para não ser levado apenas pelos números divulgados, pois a credibilidade dos institutos e a transparência nos financiamentos das pesquisas são pontos cruciais que podem determinar se esses levantamentos são reflexos reais das intenções de voto ou meras tentativas de influenciar o resultado final.

Com Eduardo Pimentel (PSD) aparentemente consolidando sua vaga no segundo turno, a grande questão que fica é: quem será seu oponente? Luciano Ducci (PSB) aparece bem posicionado, mas com um terceiro lugar acirrado, surpresas podem acontecer. O que é certo é que o dia 6 de outubro será um momento de revelações e a capacidade do eleitor em filtrar as informações que receber até lá será fundamental para o futuro de Curitiba.

As próximas pesquisas.

O que está por vir?

  • Verita: registro em 26/09, divulgação em 2/10.
  • Studio Pesquisas: registro em 28/09, divulgação em 4/10.
  • Atlas 1: registro em 29/09, divulgação prevista para 5/10.
  • Veritas: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Prefab Future: Registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Cidades Participações: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Quaest: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Oliveira Propaganda: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • IRG: Registro em 29/09, divulgação em 5/10.

Ratinho Jr reúne empresários para apresentar números do governo

23 de setembro de 2024

O governador do Paraná, Ratinho Junior, promoveu um encontro com empresários no Palácio Iguaçu nesta segunda-feira (23). Em tempos de excesso de confusão e conflitos, ele reuniu grandes geradores de empregos e apresentou os marcos da gestão, prestando contas das iniciativas dos últimos cinco anos e meio. O governador apresentou um resumo com os principais números econômicos e sociais que ajudam a explicar a evolução do Estado em diferentes áreas nos últimos anos.

Entre os principais tópicos estiveram números do PIB, do agronegócio e das exportações. Ratinho Junior está usando o conceito de supermercado do mundo, com o Paraná líder nacional na produção de carne de frango e peixe e vice-líder em produção de carne suína, ovos, soja e milho e leite, para reforçar a importância da industrialização dos produtos, que agrega cerca de 40% no valor final.

Como resultado desse movimento, nos últimos 10 anos, as exportações paranaenses ligadas diretamente ao agronegócio passaram de 153 para 172 destinos internacionais. Somando todos os produtos, o comércio internacional alcançou em 2023 o maior valor da história, totalizando US$ 25,2 bilhões. Além disso, as cooperativas locais estão perto de faturarem R$ 500 bilhões.

Ele também citou dados da indústria. O Paraná chegou ao maior número de empregados da história no setor e em todo o cenário do mercado de trabalho foram mais de 500 mil carteiras de trabalho assinadas no período, levando a taxa de desocupação a 4,4%, o que colocaria o Paraná na frente de países como Alemanha (6%), Canadá (6,4%), França (7,5%) e Índia (7%).

Ratinho Junior ainda apresentou um panorama dos investimentos privados feitos desde 2019, totalizando R$ 285 bilhões em novos empreendimentos ou na ampliação de plantas de empresas locais. Segundo ele, este volume recorde está relacionado ao bom ambiente para negócios propiciado pelas melhorias de infraestrutura (o Paraná teve o terceiro maior volume de investimentos públicos do País em 2024) e a desburocratização dos processos ligados às empresas.

Ele citou ainda grandes projetos em andamento (atração de um museu em parceria com o Pompidou para Foz do Iguaçu e a instalação de uma rede de supercomputadores com tecnologia indiana nas universidades estaduais) e grandes marcos da gestão, como a melhor educação do País no Ideb e o título de estado mais sustentável do Brasil no Ranking de Competitividade dos Estados.

Ratinho Junior tem 73,8% de aprovação em Curitiba

11 de setembro de 2024

O governador Carlos Massa Ratinho Junior possui 73,8% de aprovação em Curitiba, segundo a mais recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada nesta quarta-feira (11). De acordo com o levantamento, Ratinho Junior tem 64,3% de avaliação boa ou ótima e 19% regular.

A aprovação da gestão estadual está em patamar bem elevado ao longo de todo o ano. Nas últimas três pesquisas, realizadas em março, maio e julho, Ratinho Junior também apareceu com aprovação superior a 72%, mais de dois terços dos curitibanos.

No comparativo com os três levantamentos anteriores, o governador conquistou o maior índice de ótimo da série agora em setembro, com 25%. Antes o melhor resultado havia sido em maio, com 22,3%.

A aprovação é maior no público masculino, com 76,5%. No público feminino a aprovação também segue próxima, com 71,4%. Por faixas etárias, a maior aprovação está entre pessoas de 60 anos ou mais, com 76,7%. Na sequência estão pessoas com idade entre 35 e 44 anos, com 75,4%; de 45 a 59 anos, com 74%; e de 25 a 34 anos, com 71,1%.

Na divisão por escolaridade, 80,4% dos eleitores com ensino fundamental aprovam a gestão Ratinho Junior. Com ensino médio, 75,4% aprovam a atual gestão do Executivo paranaense e com ensino superior, 67,5%. Entre a população economicamente ativa, 73,3% aprovam a gestão Ratinho Junior.

A sondagem também indica favoritismo do candidato de Ratinho Júnior em Curitiba. Eduardo Pimentel aparece com 32,1% das intenções de voto, contra 16% de Luciano Ducci e 12,5% de Ney Leprevost.

Foram ouvidos 800 eleitores de Curitiba, entre os dias 7 e 10 de setembro. O grau de confiança é de 95%, com margem de erro de 3,5%.

Veja a pesquisa completa:

Moraes notifica Pacheco sobre decisão que torna Moro réu no STF: entenda o caso

11 de setembro de 2024

Nesta terça-feira (10.set.2024), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu oficialmente um comunicado do Supremo Tribunal Federal (STF) informando a decisão que torna o senador Sergio Moro (União-PR) réu no processo de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. A decisão, tomada pela 1ª Turma do STF, marca um novo capítulo para o ex-juiz da Lava Jato, que agora enfrenta um processo judicial no próprio Supremo.

O caso Sergio Moro: por que o senador virou réu?

A origem do processo remonta a um vídeo que repercutiu amplamente no primeiro semestre do ano passado. Nas imagens, Sergio Moro, em um tom descontraído, sugere que o ministro Gilmar Mendes “vende decisões jurídicas”, insinuando que Mendes teria envolvimento em atos de corrupção. A acusação foi considerada caluniosa pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, a partir daí, começou a tramitar o processo que, agora, coloca Moro na condição de réu.

Embora o vídeo tenha sido gravado antes de Moro assumir seu cargo no Senado, a 1ª Turma do STF decidiu que, devido à notoriedade do conteúdo enquanto o senador já estava em exercício de seu mandato, o julgamento caberia ao Supremo Tribunal Federal.

A decisão e seus desdobramentos

A comunicação de Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente da 1ª Turma, seguiu os trâmites habituais, mas veio em um momento de grande repercussão política. Coincidentemente ou não, a notificação ocorreu logo em seguida à Sergio Moro anunciar publicamente que continuaria utilizando seu perfil na rede social X (antigo Twitter), mesmo após o bloqueio da plataforma, determinado pelo próprio Moraes. Segundo Moro, as publicações serão feitas por “um amigo dos EUA”, em clara referência à sua intenção de contornar a decisão judicial.

Com a formalização do acórdão, datado de 9 de setembro, abre-se o prazo para que a defesa de Sergio Moro apresente recurso, etapa no processo que poderá impactar diretamente o futuro político do senador.

A notificação oficial chegou ao Senado e também será parte importante nos desdobramentos futuros. Se houver evolução no processo, como uma condenação ou a solicitação de afastamento de Moro, caberá à Casa Legislativa tomar decisões que podem envolver a manutenção ou a suspensão de suas prerrogativas parlamentares.

O desenrolar desse caso deve seguir em evidência nos próximos meses, com impactos não apenas para Sergio Moro, mas para o equilíbrio de forças entre o Judiciário e o Legislativo.

Com 61%, avaliação positiva de Ratinho Junior é o dobro da de Lula em Curitiba

28 de agosto de 2024

Com 61% de aprovação entre os curitibanos, Ratinho Junior tem o dobro da avaliação positiva do presidente Lula na capital do Paraná, que reúne apenas 31% de eleitores satisfeitos. Os dados são da pesquisa Atlas, divulgada nesta quarta-feira (28).

No recorte estratificado, a avaliação positiva de Ratinho Junior chega a 89,2% entre evangélicos e 62% entre católicos, além de 94,7% entre aqueles com ensino fundamental completo. No cenário por idade, a maior aprovação está entre jovens de 16 a 24 anos, com 74,7%, e idosos de 60 a 100 anos, com 68,1%. Lula, por outro lado, tem 82,6% de desaprovação entre jovens, 92,2% entre evangélicos e 64,5% entre católico.

Ratinho Junior ainda tem 51% de avaliação entre ótimo ou bom, contrastando com apenas 22% do presidente. Nesse questionário os maiores índices de aprovação do governador do Paraná também ficam entre os mais jovens (66,2%), evangélicos (65,5%), católicos (55,8%) e pessoas com ensino fundamental completo (87,2%).

Na pesquisa municipal, o candidato de Ratinho Junior na capital, Eduardo Pimentel, aparece com 38,2% da preferência, contra 12,3% de Luciano Ducci, 11,6% de Cristina Graeml, 10,5% de Roberto Requião e 9,8% de Ney Leprevost. Isso também é reflexo da aprovação do prefeito Rafael Greca, que chega a 55%.

O levantamento da Atlas realizou 1.209 entrevistas com eleitores entre os dias 22 e 27 de agosto em Curitiba. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

CSN anuncia investimento de R$ 3,1 bilhões em nova unidade em Itaperuçu (PR)

26 de agosto de 2024

A CSN Cimentos investirá R$ 3,1 bilhões para a construção de uma nova unidade industrial em Itaperuçu, no Paraná. O projeto faz parte da estratégia da empresa para expandir suas operações, com o objetivo de aumentar sua participação no mercado de cimentos.

Fontes próximas à companhia informam que a direção da CSN está pronta para realizar o anúncio oficial. A expectativa é que essa nova planta contribua para o desenvolvimento econômico de Itaperuçu, município com pouco mais de 30 mil habitantes e que atualmente ocupa uma posição modesta no PIB estadual.

Entre março e abril de 2024 o Paraná registrou 12.5% de aumento e sua produção industrial. Esse foi o maior aumento em todo o país.Ainda em fevereiro, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) divulgou a 28° edição da pesquisa Sondagem Industrial. Nesse levantamento, a Fiep apontou que quase 90% dos empresários paranaenses planejou novos investimentos para o ano de 2024.

No caminho dessa consolidação de investimentos, o Paraná já conseguiu atrair, em 2024, empresas alimentícias, do ramo automobilístico e diversos outros setores da economia.

Embora o investimento da CSN represente uma oportunidade de crescimento, é necessário acompanhar como essa iniciativa impactará o município e sua população, tanto em termos de geração de empregos quanto nas mudanças estruturais que poderão ocorrer na região.

Ratinho Junior cresce em pesquisa e se firma como nome da direita nas eleições de 2026

22 de agosto de 2024

Ratinho Junior é hoje um dos principais nomes da direita para as eleições presidenciais de 2026, de acordo com levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta semana. A sondagem aponta crescimento do governador do Paraná num eventual primeiro turno contra Lula em relação às duas últimas pesquisas. Atualmente ele tem 16,1% das intenções de voto. Nas outras divulgações Ratinho Junior aparecia com 14,6% (março) e 14,2% (julho).

Na atual pesquisa, Ratinho Junior é testado contra Lula em um cenário que também aparecem Simone Tebet, Ciro Gomes e Eduardo Leite. O único que também ultrapassa dois dígitos é o ex-governador do Ceará, mas com 11,1%. Os que disseram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos nomes apresentados foram 17,1%, enquanto 6,7% não responderam.

No retrato estratificado, Ratinho Junior também aparece disparado na preferência da população na região Sul, com 31,7% das intenções de voto, bem à frente de todos os outros candidatos, inclusive de Lula, que aparece com 23,8%.

Ratinho Junior também começa a crescer na pesquisa espontânea, na qual os eleitores indicam livremente os candidatos. Ele tem 0,3%, muito perto de Tarcísio de Freitas (1%), também apontado como presidenciável. O governador do Paraná tinha 0,1% nas pesquisas de agosto de 2023, março de 2024 e junho de 2024.

A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 18 de agosto com 2.026 eleitores de 154 municípios.

363 candidatos, 23 vagas: Cascavel pronta para uma nova onda de renovação política como foi em 2020?

16 de agosto de 2024

A carreira política é um caminho desejado por muitos, com candidatos buscando repetidas reeleições. Quando decidem sair, não é raro que familiares assumam seus lugares. Essa prática é comum em todas as ideologias, tanto à esquerda quanto à direita.

Contudo, o que os políticos desejam nem sempre está alinhado com a vontade dos eleitores. Isso fica claro nas eleições para vereador, frequentemente a porta de entrada para a carreira política. Em Cascavel, esse cenário é ainda mais interessante. Nas eleições de 2020, apenas 9 dos 21 vereadores conseguiram a reeleição, mostrando uma forte tendência de renovação.

Nas próximas eleições, Cascavel terá 363 candidatos a vereador disputando 23 cadeiras. Dos atuais vereadores, 19 buscam a reeleição. Se a tendência de 2020 se repetir, podemos esperar uma renovação significativa, com muitos ficando de fora.

Como em outros aspectos da vida, as eleições são imprevisíveis. Vale lembrar a célebre pergunta de Garrincha sobre táticas: “Já combinaram com os adversários?”. No caso dos políticos, é importante questionar: “Já combinaram com os eleitores?”.

Aprovação de Ratinho Junior vai a 76,8% entre paranaenses

12 de agosto de 2024

O governador Ratinho Junior alcançou 76,8% de aprovação entre a população, segundo levantamento da Paraná Pesquisas divulgado nesta segunda-feira (12). A sondagem foi feita entre os dias 01 e 04 de agosto com 1.508 eleitores em 64 municípios.

Dentro dos recortes analisados na pesquisa, a aprovação de Ratinho Junior é de 80,5% entre homens e 73,5% entre mulheres. Na análise por faixa etária, o governo é considerado ótimo ou bom por 80% entre quem tem 60 anos ou mais, 79,3% entre quem tem de 35 a 44 anos e 76,8% entre quem tem de 45 a 59 anos. O governador também tem 77,1% de aprovação entre a população economicamente ativa.

No quesito religião, Ratinho Junior tem aprovação de 82,7% entre evangélicos e 77,3 entre católicos, além de 60,9% entre outras religiões ou ateus.

Numa eventual disputa ao Senado em 2026, Ratinho Junior também aparece como franco favorito, com 66% da preferência, ou seja, duas a cada três pessoas. Filipe Barros tem 20,6% e Gleisi Hoffman, 19,4%. Ele também será a primeira opção para 55% dos eleitores – em 2026 a eleição envolve duas cadeiras no Senado.

Recentemente Ratinho Junior surpreendeu os analistas políticos em outra sondagem da Paraná Pesquisas ao se apresentar como presidenciável que mais pode incomodar Lula na eleição presidencial de 2026 na comparação com candidatos que já disputaram o pleito nacional, como Ciro Gomes e Ronaldo Caiado. Ratinho Junior também aparece à frente de outros nomes que já circularam na direita, como os governadores Eduardo Leite e Romeu Zema.

Ratinho Junior também aparece com uma larga vantagem sobre Lula na região Sul do Brasil dentro dessa mesma pesquisa. O político paranaense registrou 33,7% da preferência dos eleitores da região, mais de dez pontos percentuais à frente do atual presidente, que ficou com 23,4%.

O nível de confiança da pesquisa é de 95% com margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

Os desafios da Reforma Tributária: o que esperar das novas regras

6 de agosto de 2024

Sem dúvidas, a reforma tributária é um dos temas mais desafiadores e importantes do cenário político e econômico atual. Isso porque a atual conjuntura tributária brasileira é marcada por uma alta carga de impostos, complexidade nas obrigações acessórias e uma distribuição de tributos entre União, estados e municípios que frequentemente gera conflitos e ineficiências. Logo, o sistema atual é tido como um obstáculo significativo para o ambiente de negócios, geração de empregos e crescimento econômico.

Cenário atual

O Brasil possui um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, com uma carga tributária que ultrapassa 33% do PIB. Atualmente, os impostos são divididos em diversas esferas e incluem tributos federais, estaduais e municipais. Profissionais liberais, como advogados, engenheiros e contadores, que atuam como pessoa jurídica no regime de lucro presumido, enfrentam uma carga tributária de 14,53%, considerando IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. A Câmara dos Deputados debateu exaustivamente o texto da reforma, que seguiu para o Senado após 22 dias de audiências públicas e 227 horas de reuniões com 408 expositores. Mesmo com diversas alterações, ainda existem dúvidas e distorções que precisam ser equilibradas pelos senadores para garantir a viabilidade econômica da reforma e evitar prejuízos a setores específicos ou atividades profissionais.

Equilíbrio federativo

Um dos grandes desafios da reforma é o equilíbrio federativo, garantindo que todos os estados sejam beneficiados de maneira justa. Alguns estados podem ganhar mais com a reforma devido a subsídios e incentivos maiores, como aqueles relacionados à Zona Franca de Manaus ou às montadoras automotivas. Para estados superavitários como o Paraná, que envia mais dinheiro para Brasília do que recebe de volta, é crucial que a reforma não prejudique as indústrias locais, especialmente as montadoras na região metropolitana de Curitiba e nos Campos Gerais.

Impacto nas profissões

Outro ponto crítico é evitar que a reforma inviabilize algumas profissões. Setores como o imobiliário, industrial e comercial estão preocupados com possíveis aumentos na carga tributária. Profissionais liberais como advogados, médicos, engenheiros e arquitetos podem ver seus impostos aumentarem significativamente. É importante lembrar que, na prática, esses profissionais repassam os custos dos impostos ao consumidor final, o que pode tornar serviços essenciais como saúde, moradia e justiça mais caros para a população.

Com a reforma, o governo federal estima que a nova alíquota do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será de 26,5%. Para profissionais liberais, haverá uma redução de 30%, resultando em uma alíquota total de 18,55% para IBS e CBS. Somando com IRPJ e CSLL (10,88%), a carga tributária efetiva será de 29,43%, quase o dobro da atual.Serviços prestados a pessoas jurídicas permitirão crédito dos tributos, mas serviços para pessoas físicas não, o que encarecerá esses serviços. Professores e profissionais de saúde terão uma alíquota reduzida em 60%, resultando em uma carga total de 21,48%. Representantes comerciais não têm direito à alíquota reduzida, ficando com uma carga de 37,38%.

Transparência e simplificação

Um dos méritos da reforma é a promessa de maior transparência no sistema tributário. Atualmente, é difícil para os contribuintes saberem exatamente quanto pagam em impostos. Com a reforma, espera-se que essa clareza aumente, permitindo uma cobrança mais eficaz dos políticos por parte da população. No entanto, a expectativa de que a reforma torne o cenário significativamente melhor é limitada pela necessidade de controle dos gastos públicos. Mesmo com uma arrecadação recorde, se o governo continuar gastando mal, a carga tributária não diminuirá.

A montanha de impostos

A reforma aborda a simplificação, mas não enfrenta a questão do custo da máquina pública. O brasileiro paga impostos sobre a renda (IR), sobre o consumo (através do novo IVA), sobre a propriedade (IPVA e IPTU) e até mesmo ao falecer. Essa carga tributária pesada não foi adequadamente enfrentada pela reforma, o que pode manter o Brasil na posição desconfortável de pagar impostos comparáveis aos de países de primeiro mundo, mas receber serviços de terceiro.

Portanto, é essencial que o Senado analise cuidadosamente o texto da reforma tributária, considerando os impactos econômicos e sociais de suas decisões. Uma reforma bem planejada tem o potencial de simplificar o sistema, promover justiça fiscal e impulsionar a economia. No entanto, sem ajustes cuidadosos e uma visão holística das necessidades do país, corremos o risco de perpetuar um sistema que continua a sobrecarregar os contribuintes e dificultar o desenvolvimento econômico.

Com isso em mente, a sociedade brasileira deve estar atenta e participar ativamente deste processo, exigindo transparência e responsabilidade dos legisladores para garantir que a reforma tributária realmente contribua para um Brasil mais justo e próspero.

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