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Eleições 2024: como fica o tabuleiro político do Paraná e quem são as lideranças fortalecidas rumo a 2026

28 de outubro de 2024

As eleições municipais de 2024 no Paraná ultrapassaram a definição de novos prefeitos e vereadores e redefiniram as forças políticas estaduais. Algumas lideranças consolidaram sua base de apoio, enquanto outras viram sua influência diminuir. Este cenário não só antecipa novas alianças e desafios, mas também direciona o caminho para as eleições estaduais de 2026. Confira a seguir minha análise sobre quem avançou, diminuiu ou estagnou sua liderança política e as possíveis repercussões desses resultados.

Lideranças políticas já estão de olho nas eleições estaduais de 2026 (Fotos: Orlando Kissner | Alep/ Divulgação/ Roberto Dziura Jr
| AEN/ Zeca Ribeiro | Câmara dos Deputados)

Ratinho Jr., Alexandre Curi e os partidos que ganharam tração para 2026

Os prefeitos eleitos nos maiores colégios eleitorais se destacam pela possibilidade de implementar políticas públicas regionais de peso e de contribuir para a base dos líderes estaduais. Em especial, a necessidade de harmonizar com as diretrizes da reforma tributária será um ponto essencial para os próximos anos, exigindo dos prefeitos e vereadores habilidade em equilibrar finanças públicas e obter resultados concretos para suas regiões.

Com o final do segundo turno, o partido do governador Ratinho Jr., que já havia conquistado 40% das prefeituras do estado, avançou na sua representatividade com a vitória de Eduardo Pimentel, em Curitiba, e Tiago Amaral, em Londrina. A liderança do governador foi decisiva para a reorganização da campanha de Pimentel e consolidou sua influência na capital. O PSD agora é o partido com mais dirigentes municipais no estado.

Outro grande destaque foi o deputado Alexandre Curi, do PSD, que conseguiu expandir significativamente seu capital político. Agora presidente da Assembleia Legislativa, ele se consolidou como um dos articuladores mais fortes do estado, apoiado por uma rede de mais de 168 prefeitos e 600 vereadores que conseguiu eleger, fortalecendo sua base política. Soma-se a isso também o fato de ter assumido parte relevante da coordenação de campanha de Eduardo Pimentel no segundo turno. Esta articulação o coloca em uma posição de protagonismo para a possível candidatura ao governo estadual em 2026.

O ex-deputado Deltan Dallagnol, recém-filiado ao Partido Novo, surpreendeu ao revitalizar o partido e expandir sua presença no estado, apesar de enfrentar obstáculos após a cassação de seu mandato. Seu trabalho foi notável em cidades como Cascavel, onde o Novo elegeu o vice-prefeito e mesmo em Curitiba, onde o partido conquistou uma cadeira adicional na Câmara dos Vereadores. Esta nova liderança faz de Dallagnol uma peça influente no tabuleiro político do Paraná.

O fortalecimento de legendas como o Republicanos e o Podemos também marcou esta eleição. Sob a liderança de Marcelo Almeida e Denian Couto, esses partidos obtiveram avanços expressivos na capital e contribuíram decisivamente para o sucesso de Eduardo Pimentel, candidato apoiado pelo governador Ratinho Júnior. Este sucesso representa não só a consolidação da base aliada do governador, mas também uma aliança estratégica para as eleições de 2026.

Em termos de números, o Republicanos elegeu 16 prefeitos (um aumento de 170% em relação a 2020), 18 vices e 258 vereadores (um crescimento de 209% em relação a eleição municipal anterior).

O PL também avançou significativamente no estado, saltando de 31 para 52 prefeituras.

O PSOL, por sua vez, alcançou uma conquista inédita em Curitiba ao eleger sua primeira vereadora, a professora Angela. Essa vitória representa um marco para o partido, ainda em processo de expansão de sua base de apoio no Paraná.

Em Cascavel, o ex-prefeito Paranhos demonstrou habilidade política ao conseguir transferir seu apoio para o sucessor, evidenciando seu forte capital político local. Sua liderança foi fundamental para essa transição, uma conquista importante em um cenário de alta competitividade. Outros prefeitos não tiveram a mesma facilidade.

Ney Leprevost, Rafael Greca e os partidos que não avançaram no seu capital político

Quem saiu com um gosto amargo desta eleição foi o deputado Ney Leprevost que enfrentou uma perda significativa de capital político. Apontado como um dos favoritos para a prefeitura de Curitiba em ciclos eleitorais anteriores, ele não conseguiu traduzir esse apoio em resultados. Com a popularidade em baixa, Leprevost agora tem o desafio de reconquistar seu espaço e garantir sua reeleição como deputado estadual, ao passo que seu irmão também não obteve sucesso na tentativa de conquistar uma cadeira na Câmara de Curitiba.

Outro político cuja influência foi abalada é o senador Sérgio Moro. Apoios em diversas cidades resultaram em derrotas e, mesmo nas cidades em que saiu vitorioso como Ponta Grossa, a eleição dos prefeitos se deu mais pelo cenário do que por sua influência, o que deixou sua posição de força enfraquecida. Em Curitiba, a tentativa de fortalecer a chapa de Ney Leprevost com a participação de sua esposa como vice-candidata não surtiu efeito e terminou em bate-boca público nas redes sociais com Leprevost. Com aliados perdendo espaço em várias regiões, Moro terá um desafio significativo para reverter essa situação nos próximos anos.

O Partido dos Trabalhadores (PT), ao apoiar Luciano Ducci em Curitiba em vez de lançar um candidato próprio, sofreu uma perda de apoio e exposição. O desempenho limitado também se refletiu em outras cidades, como Guarapuava, onde o PT não conseguiu avançar devido a barreiras impostas por alianças locais. Esta estratégia restritiva expôs a dificuldade do PT em ampliar seu alcance no Paraná, uma realidade que afeta também outros partidos progressistas como o PSOL.

Tanto o PT quanto o PDT (Partido Democrático Trabalhista) poderiam ter alcançado resultados melhores, ao menos no que diz respeito à eleição de vereadores, se tivessem lançado candidatos próprios, como os nomes de Carol Dartora e Goura, respectivamente.

Para além da capital, PT e PDT tiveram uma drástica redução de espaço. O PT saiu de 8 para apenas 3 prefeituras, e o PDT diminuiu sua representatividade de 17 para 5.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, teve sua popularidade abalada por conflitos internos e desgaste com figuras da oposição. Esse contexto pode reduzir suas chances de protagonismo nas disputas estaduais de 2026, impactando o alcance de sua influência.

A situação dos Progressistas (PP)

Embora não tenha avançado, o Progressistas (PP) manteve sua posição de força no Paraná, elegendo 61 prefeitos e 51 vice-prefeitos em várias regiões do estado. Em Curitiba, a deputada Maria Victoria, filha do líder Ricardo Barros, demonstrou resiliência e capacidade de organização, ainda que com desempenho inferior em relação às eleições anteriores. No entanto, essa estabilidade fortalece o PP como uma das principais forças políticas do estado. Já Ricardo Barros pode enfrentar obstáculos na sua relação com o Palácio do Governo pelos embates que realizou em cidades onde o governador também tinha seu candidato.

Perspectivas para 2026

As eleições de 2024 reconfiguraram o panorama político municipal e criaram uma base para novos embates em 2026. Enquanto alguns grupos buscam reconquistar influência, outros, como o PSD e o Republicanos, saem fortalecidos e prontos para explorar o momento. Partidos tradicionais como o PT e o PDT vão precisar repensar suas estratégias de coalizão, já que o apoio a candidatos de centro se mostrou menos eficiente na ampliação de suas bases.

Os resultados das eleições em Curitiba e em outras cidades-chave do Paraná confirmam uma tendência conservadora que se fortaleceu no estado. Candidatos alinhados à direita obtiveram 65% dos votos na capital, enquanto os partidos de esquerda, incluindo o PT, conquistaram pouco mais de 20%. Esse cenário reflete um perfil político conservador, amplamente representado pela predominância do PSD e do PL nas administrações municipais.

A configuração atual sugere que as eleições de 2026 devem seguir essa inclinação, com os partidos conservadores possivelmente consolidando ainda mais seu espaço. O desafio para os partidos de esquerda será articular novas estratégias de penetração regional para reequilibrar essa balança, caso desejem aumentar sua relevância no estado.

Ratinho Junior renova força política e ganha em quase todas as principais cidades

7 de outubro de 2024

Os candidatos a prefeito apoiados pelo governador Ratinho Junior elegeram-se nas principais cidades do Paraná no pleito deste domingo (06). Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na Capital ou no Interior do Estado, o apoio dele fez com que todas as apostas do Partido Social Democrático (PSD) fossem eleitas, além de outras siglas da base do governo.

Em Curitiba, Eduardo Pimentel ficou em primeiro lugar na disputa com 313 mil votos e 33,51% dos votos válidos, passando para o segundo turno contra Cristina Graeml.

Na RMC, a atual prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer (PSD), foi reeleita em primeiro turno, com 54,89% dos votos. A cidade era conhecida por não reeleger os chefes do Executivo municipal e passou a contar com a possibilidade de segundo turno nestas eleições. A entrada de Ratinho Junior na campanha foi decisiva para barrar Geraldo Mendes, apoiado por Sergio Moro.

Em Campo Largo, o atual prefeito Maurício Rivabem (PSD) foi reeleito com 42,82% dos votos válidos. Em Pinhais, Rosa Maria (PSD) foi reeleita com 67,94% dos votos. O ex-prefeito Marquinhos (PSD) venceu a disputa pela Prefeitura de Piraquara com 64,32% dos votos válidos. Em Colombo, Helder Lazarotto (PSD) foi reeleito com 73,45%.

Ainda na RMC, Marco Marcondes (PSD) foi reeleito prefeito de Fazenda Rio Grande com 79,85% dos votos. Loreno Tolardo (PSD), de Quatro Barras, foi reeleito com 57,20%. Em Almirante Tamandaré, Daniel Lovato (MDB), apoiado pelo PSD de Ratinho Junior, foi eleito com 60,89% dos votos.

No Oeste do Paraná, as duas maiores cidades da região elegeram candidatos apoiados por Ratinho Junior. Em Foz do Iguaçu, o ex-diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, General Silva e Luna (PL), foi eleito com 50,14% dos votos, com o PSD na vice. Em Cascavel, o atual vice-prefeito Renato Silva (PL) foi escolhido como chefe do Executivo municipal por 56,41% dos cascavelenses. Ele foi uma aposta de Ratinho Junior e do ex-prefeito Leonaldo Paranhos. Em Guaíra, na fronteira, também no Oeste, Gile (PSD) foi eleito com 62,35% dos votos.

No Noroeste, Marco Franzato (PSD) foi reeleito prefeito de Cianorte com 62,68% dos votos. Em Paranavaí, Maurício Gehlen (PSD) foi eleito com 66,64% dos votos válidos. No Sul, a prefeita de São Mateus do Sul, Fernanda Sardanha (PSD) foi reeleita com 71,35% dos votos. No Centro-Sul, Denilson Baitala (PL) foi eleito prefeito de Guarapuava, com 37,37%, numa união de forças contra o PT local, que ficou em segundo colocado. Em Campo Mourão, no Centro-Oeste, Douglas Fabrício (Cidadania), numa chapa com o PSD, foi eleito com 54,07%.

No Norte do Estado, a atual prefeita de Mandaguari Ivoneia Furtado (PSD) foi reeleita com 33,05% dos votos. Em Marumbi, Elaine Ferreira (PL), também apoiada pelo governador, foi eleita com 60,37%. Em Arapongas, Rafael Cita (PSD) foi eleito com 52,60%.

Ratinho Junior ainda emplacou o candidato mais votado em Londrina, no Norte do Paraná, segunda cidade mais populosa. Tiago Amaral (PSD) teve 42,69% dos votos, contra 23,64% da segunda cidade mais populosa. Tiago Amaral (PSD) teve 42,69% dos votos, contra 23,64% da segunda colocada. Haverá segundo turno na cidade.

Apenas em quatro cidades o apoio do governador não foi suficiente. Em Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSD) ficou no terceiro lugar com 21,07% dos votos. Mabel Canto (PSDB) e Elizabeth Schmidt (UNIÃO) passaram para o segundo turno, com Mabel Canto na liderança. Já em União da Vitória, em uma disputa apertada, Dr Ary (PSDB) foi eleito com 29,06% dos votos. Gabi Bakri (PSD) ficou em segundo com 27,87% dos votos válidos.

Em Paranaguá, Adriano Ramos do Republicanos foi eleito com uma votação expressiva de 72,30% dos votos válidos enquanto André Pioli do PSD terminou na segunda colocação com 23,41% dos votos. O Republicanos também venceu o PSD em Toledo, em uma votação apertada Mario Costenaro foi eleito com 46,03% dos votos válidos e Beto Luniti ficou em segundo com 45,22%.

A luta pela reeleição: em 2020 só 6 dos 19 vereadores conseguiram em Londrina

16 de agosto de 2024

A política se mostra uma carreira atrativa para muitos, com candidatos frequentemente buscando reeleições sucessivas. Quando deixam a política, é comum que tentem colocar familiares em seus lugares, uma prática disseminada em todas as ideologias.

Entretanto, o desejo dos políticos nem sempre reflete a vontade do eleitorado. Um exemplo claro disso é a eleição para vereador, uma das posições mais disputadas e a porta de entrada para a política. Em Londrina, o cenário torna-se ainda mais interessante. Nas eleições de 2020, apenas 6 dos 19 vereadores conseguiram se reeleger, destacando uma tendência forte de renovação.

Para as próximas eleições, Londrina terá 340 candidatos disputando 19 vagas de vereador. Dos atuais vereadores, 17 buscarão a reeleição. Se a tendência observada em 2020 se mantiver, a renovação poderá ser significativa.

Eleições são imprevisíveis, assim como a vida. A famosa pergunta de Garrincha sobre táticas, “Já combinaram com os adversários?”, aplica-se bem à política: “Os candidatos à reeleição já combinaram com os eleitores?”.

Cinco meses após voltar a operar, Buser amplia rotas no Paraná

10 de novembro de 2023

A plataforma de viagens de ônibus, Buser, lança oito novas rotas para Curitiba, Maringá e Londrina. Assim, os passageiros do Paraná terão opções para ir ao Rio de Janeiro, São Paulo e também para Minas Gerais. Além disso, a empresa espera transportar cerca de 200 mil viajantes no próximo ano.

A expansão de atividades vem cinco meses após a empresa obter autorização para voltar a operar no Paraná. A proibição durou cerca de dois anos por um entendimento de que a Buser não havia solicitado autorização prévia para manter atividades no Estado. Porém, com base na Lei de Liberdade Econômica, a Buser teve autorização para voltar.

A volta das operações da Buser teve foco nas rotas entre Curitiba e São Paulo, mas desde aquele momento esperava-se uma possibilidade de expansão das rotas oferecidas.

Litoral não desperdiça passagem da Assembleia e cobra deputados por investimentos

6 de julho de 2023

A Assembleia Legislativa do Paraná está desenvolvendo um projeto que tem levado parte de suas atividades para outros municípios do estado. Até agora Londrina, Maringá e Paranaguá já foram contempladas.
Além de levar informações sobre o funcionamento do legislativo estadual as reuniões que normalmente ocorrem durante festas ou feiras já consolidadas e oportunizam, além de um momento político e a aproximação dos deputados com a população, garante que as associações e as organizações locais levem suas demandas aos “ouvidos” de seus representantes.

Nesse sentido os encontros foram bastante exitosos, os habitantes do litoral, cujo evento teve apenas um dia de encontro, apresentaram 152 solicitações, enquanto que Maringá e Londrina apresentaram 300 e 200, respectivamente.

Questões de investimento em infraestrutura, saúde e segurança se sobressaíram nas demandas que foram entregues pelo Prefeito Marcelo Roque ao Primeiro-secretário da casa de Leis deputado Alexandre Curi que presidiu a sessão.
Portanto, o Primeiro-secretário volta de Paranaguá com a mala cheia de reivindicações. Resta saber como irão avançar os pedidos, pois alguns podem ser de fato resolvidos pelo legislativo, mas outros dependem de articulação com o executivo

O compromisso é de celeridade, mas vale sempre atenção.

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