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Eduardo Pimentel passa mal durante agenda de campanha

4 de outubro de 2024

Na manhã de hoje, o candidato Eduardo Pimentel passou mal durante um compromisso de campanha e foi encaminhado para o hospital para avaliação médica. Segundo informações preliminares, Pimentel já está bem, mas o mal-estar foi atribuído ao ritmo intenso de atividades nos últimos dias, com uma agenda exaustiva e problemas de alimentação.

Em nota, a coligação Curitiba Amor e Inovação informou que, na manhã desta sexta-feira (4/10), o candidato Eduardo Pimentel (PSD) se sentiu mal e, por precaução, foi encaminhado para o Hospital Marcelino Champagnat para atendimento e exames. Ele cumpria uma extensa agenda logo pela manhã, às 7h30, após participar do último debate da campanha. O quadro do candidato é estável e no momento encontra-se bem. Agendas do começo da tarde foram canceladas.

Na Reta Final: o perigo das pesquisas eleitorais sem credibilidade

30 de setembro de 2024

As pesquisas eleitorais, especialmente na reta final do período eleitoral municipal, tornam-se objeto de atenção, mas também de desconfiança. Assim como em outros campos em que informações e previsões são cruciais, a procedência e a confiabilidade das pesquisas são fundamentais. Como produtos perecíveis, esses levantamentos refletem apenas o momento em que foram realizados, e o histórico de acertos de um instituto – assim como no mercado financeiro – é um fator determinante para sua credibilidade.

Um dos maiores riscos que enfrentamos nesta eleição municipal vai além dos já conhecidos erros metodológicos ou da dificuldade de captar mudanças rápidas no comportamento dos eleitores. O verdadeiro perigo reside na proliferação de empresas e institutos de pesquisa que, sem um histórico sólido, lançam dados que podem confundir mais do que esclarecer. A confiabilidade de uma pesquisa depende não apenas de sua metodologia, mas também do conhecimento que o instituto tem sobre as peculiaridades de cada estado ou município. Pesquisar em uma grande capital como Curitiba é diferente de sondar o comportamento eleitoral em uma pequena cidade do interior.

O ciclo eleitoral de 2022 trouxe à tona essa vulnerabilidade. Naquele ano, vimos exemplos de números divulgados por institutos que, ao final, se distanciaram drasticamente dos resultados das urnas. Um caso emblemático foi o do ex-deputado Paulo Martins, que atribuiu parte de seu insucesso a uma pesquisa de última hora que o colocava fora da disputa competitiva. Isso pode ter influenciado eleitores indecisos a optarem por outro candidato, diante de um cenário que, na prática, não correspondia à realidade das urnas.

Hoje, o cenário é ainda mais delicado. Com um número crescente de empresas de pesquisa surgindo, muitas delas sem um portfólio claro ou histórico de credibilidade, o eleitor corre o risco de se deparar com “falsas bússolas”. Pior do que não ter uma pesquisa para se orientar é receber uma que aponta na direção errada. Pesquisas realizadas por empresas sem a expertise necessária para entender as nuances de cada região podem não apenas enganar o eleitor, mas também afetar diretamente o resultado das eleições.

Outro ponto que merece atenção é o financiamento dessas pesquisas. Muitas empresas estão se autofinanciando para realizar os levantamentos, o que, embora legal, levanta questionamentos sobre as intenções por trás desses estudos. Afinal, uma pesquisa bem realizada exige investimento e quando ele não é claro pode-se levantar suspeitas sobre os interesses envolvidos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já adotou medidas para aumentar a transparência, exigindo que as empresas apresentem demonstrativos financeiros que comprovem sua capacidade de bancar tais levantamentos. Entretanto, essa exigência por si só não garante que o eleitor tenha acesso a pesquisas confiáveis.

É preciso que o eleitor, tanto no Brasil como no Paraná, esteja atento ao histórico dos institutos e, principalmente, à fonte de financiamento das pesquisas divulgadas. Nos próximos dias, com o acirramento da campanha, veremos muitas pesquisas sendo utilizadas como peças de marketing eleitoral e não como ferramentas de informação. Cabe ao eleitor investigar quem pagou por essas pesquisas e se os números refletem tendências já observadas ou se, ao contrário, destoam completamente dos cenários anteriores.

Mudanças acontecem, é claro. O comportamento eleitoral pode sofrer reviravoltas. No entanto, raramente essas mudanças são bruscas o suficiente para configurar um “cavalo de pau” nos números. Por isso, ao consumir dados de pesquisas, principalmente aquelas que surgem às vésperas da eleição, a prudência deve ser redobrada. A pergunta que todo eleitor deve se fazer é: quem ganha com essa pesquisa?

Eduardo Pimentel se consolida na liderança em Curitiba; disputa pela outra vaga do segundo turno segue aberta

18 de setembro de 2024

Se as eleições para prefeito de Curitiba fossem hoje, em que votaria? 26,1% dos entrevistados responderam espontaneamente o nome de Eduardo Pimentel, candidato do PSD. Já quando apresentados os nomes dos candidatos, Pimentel alcançou 35% das intenções. Os dados que comprovam que Eduardo Pimentel desponta como o favorito na corrida eleitoral curitibana são da pesquisa IRG – encomendada pela RIC Record TV – realizada entre os dias 13 e 17 de setembro. O crescimento nas últimas semanas reflete uma campanha, com bom tempo de TV, exposição em mídias digitais e mobilização nas ruas.

Mas um ponto crucial para entender esse avanço é a relação de Pimentel com Ratinho Júnior. O governador, também do PSD, tem atuado como um importante cabo eleitoral, especialmente considerando sua alta aprovação em Curitiba: 73,8% dos curitibanos aprovam sua gestão e essa popularidade pode ter um papel decisivo na definição do próximo prefeito da capital paranaense.

A popularidade de Ratinho Júnior não apenas solidifica o apoio de eleitores mais conservadores, mas também oferece um respaldo que pode atrair indecisos, crucial em um cenário ainda fluido. Em setembro, o número de indecisos caiu de 59,4% para 36,8%, e a consolidação do apoio ao candidato do PSD se beneficiou dessa mudança. Além disso, Pimentel tem procurado se posicionar como um sucessor natural de políticas públicas alinhadas com a gestão estadual, buscando capitalizar esse contexto favorável.

O foco agora se volta para os candidatos que tentam garantir uma vaga no segundo turno contra Pimentel, já que ali sim temos uma disputa acirrada. O pelotão que segue na corrida está repleto de figuras conhecidas da política local, cada uma com suas particularidades e desafios.

Luciano Ducci: crescimento moderado

Luciano Ducci (PSB), ex-prefeito de Curitiba, aparece em segundo lugar com 11,9% das intenções espontâneas de voto e com 17,5% na pesquisa estimulada. Apesar de estar em ascensão nas pesquisas, seu crescimento tem sido modesto. Ducci enfrenta o desafio de se diferenciar de Pimentel, especialmente em áreas onde ambos competem por eleitores de centro (um mais à direita e outro mais à esquerda). Seu tempo de TV e histórico como prefeito lhe dão uma base sólida, mas será necessário um esforço concentrado para diminuir a larga vantagem de Pimentel e garantir a passagem para o segundo turno.

Ducci busca reconectar-se com o eleitorado ao se apresentar como uma alternativa pragmática e experiente. No entanto, ele precisa atrair os indecisos e eleitores mais descontentes para reverter sua posição e consolidar uma presença mais forte até o dia da eleição, desidratar Roberto Requião parece uma via que tenta ser explorada.

Ney Leprevost: queda preocupante

Ney Leprevost (União Brasil), que já ocupou cargos importantes no cenário político paranaense, viu suas intenções de voto subirem ligeiramente para 7% no cenário espontâneo, no entanto, houve queda na pesquisa estimulada passado de 14,6% para 11%. Sua campanha, que inicialmente parecia promissora, não conseguiu capitalizar o tempo de exposição no horário eleitoral com a mesma eficácia de seus concorrentes. Com um tempo de TV relevante, mas sem conseguir converter isso em crescimento nas pesquisas, Leprevost precisa redesenhar suas estratégias para reverter essa tendência de queda.

Ele deve apostar em um esforço de última hora para reconquistar eleitores perdidos, focando principalmente em áreas onde sua atuação como deputado foi mais marcante. Não conseguir expandir suas intenções de votos nas próximas semanas pode significar o fim de sua competitividade no pleito.

Roberto Requião: a barreira da rejeição

Roberto Requião (MOBILIZA), um nome icônico na política paranaense, enfrenta sérios obstáculos para alavancar sua candidatura. Com 6,5% das intenções espontâneas de voto e 9,50% das intenções no cenário estimulado, Requião se encontra em uma posição delicada, agravada por seu alto índice de rejeição, que chega a 35%. Esse dado limita severamente sua capacidade de atrair novos eleitores, principalmente entre os mais jovens e aqueles que buscam uma renovação política.

Apesar de sua longa trajetória e experiência, Requião precisa de um grande movimento de mudança para sobreviver à disputa. Sua campanha, até o momento, não conseguiu gerar o impacto necessário para alterar o curso dos acontecimentos, tornando difícil sua passagem para o segundo turno. O não crescimento nas próximas semanas pode agravar ainda mais sua situação, já que seus eleitores podem optar pelo voto útil e migrar sua escolha para Ducci.

Cristina Graeml: crescimento modesto e nichado

Cristina Graeml (PMB), sem tempo de TV, tem focado sua campanha em plataformas digitais e em grupos de nicho, conseguindo subir para 4,6% nas intenções de voto espontâneas e 7% quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados. Embora seu crescimento seja limitado, ela tem demonstrado uma presença consistente no debate público, especialmente entre eleitores que se identificam com suas pautas conservadoras.

Graeml depende de estratégias digitais para ampliar sua base, algo que, até o momento, tem acontecido de maneira lenta. Para ela, o desafio será manter essa base e tentar roubar votos de candidatos mais consolidados, se apresentar como a “verdadeira” representante do eleitorado de direita tem sido o foco mais explorado.

Luizão Goulart: sem tempo de TV e crescimento estagnado

Com apenas 1,5% das intenções de voto espontâneas, Luizão Goulart (SOLIDARIEDADE), que já foi prefeito de Pinhais por dois mandatos consecutivos, sofre com a falta de exposição e a dificuldade de ampliar sua base eleitoral. Ainda que no cenário estimulado as intenções permaneçam em 3%, o fato é que sem tempo significativo de TV, sua campanha tem se mantido estável, mas sem grandes perspectivas de crescimento. Sua posição no cenário eleitoral é de baixa competitividade, e ele precisaria de uma virada dramática nas próximas semanas para se tornar uma figura relevante na disputa.

Panorama final: a caminhada para o segundo turno

O cenário eleitoral de Curitiba está cada vez mais polarizado em torno de Eduardo Pimentel, que se beneficia diretamente do apoio de Ratinho Júnior e de uma campanha robusta. Com uma liderança consolidada, sua prioridade é tentar garantir a vitória no primeiro turno, o que, embora difícil, não é impossível caso consiga ampliar ainda mais sua vantagem.

Enquanto isso, Luciano Ducci surge como o principal nome para disputar um segundo turno com Pimentel, mas precisa de um aumento nas próximas semanas. Ney Leprevost, que segue atrás de Ducci, precisa rever toda a estratégia de sua campanha para conseguir crescer o suficiente para chegar ao segundo turno, o que até o presente momento não parece que irá acontecer. Roberto Requião, por sua vez, enfrenta desafios profundos, com queda nas intenções de voto e altos índices de rejeição que limitam suas chances. Cristina Graeml e Luizão Goulart, com campanhas focadas em nichos específicos, lutam para ganhar tração, mas suas perspectivas permanecem limitadas. Com o passar dos dias e o horário eleitoral em pleno andamento, a dinâmica da campanha ainda pode mudar, mas os próximos movimentos estratégicos dos candidatos definirão se haverá ou não uma disputa de segundo turno e quem terá a oportunidade de confrontar Pimentel no último embate.

Metodologia

A pesquisa da IRG Pesquisa contratada pela RICtv Record entrevistou 800 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de setembro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-09090/2024.

A margem de erro da pesquisa é de 3,47 pontos percentuais para mais ou para menos e tem grau de confiança de 95%.

Promessas eleitorais x ações parlamentares: o verdadeiro compromisso dos candidatos com a saúde de Curitiba

12 de setembro de 2024

A saúde pública é um dos temas mais sensíveis para os eleitores, pois sem acesso a serviços de qualidade, outras áreas da vida, como educação e trabalho, ficam comprometidas. Sabendo disso, neste período eleitoral, os candidatos à prefeitura de Curitiba não poupam promessas para conquistar o eleitorado e transformar o setor, mas será que essas propostas são coerentes com suas atuações como deputados? Para responder a essa pergunta, analisamos as emendas parlamentares destinadas à saúde de Curitiba no relatório recém divulgado pela Opportuna Consilio e comparamos o que cada candidato promete. O resultado revela um interessante contraste entre discurso e prática, que o eleitor deve conhecer antes de decidir seu voto.

Antes, alguns dados sobre a saúde curitibana

  • Em Curitiba, as principais causas de morte entre os centenários são: Doenças do aparelho circulatório (32,7%), Doenças do aparelho respiratório (21,3%), Doenças do sistema nervoso (12%), Neoplasias (7,2%), Causas externas (6,8%).
  • A cidade enfrentou um surto de hepatite A, com 366 casos e 5 mortes.
  • Em maio de 2024, Curitiba tinha 208 mil pacientes na fila de espera para procedimentos, exames e consultas, sendo 144 mil apenas para consultas especializadas.
  • Em 2023, o orçamento para a saúde de Curitiba foi de R$ 2,9 bilhões.
  • No ano passado, nas nove unidades de pronto atendimento (UPAs), o número de consultas foi de 1.263.855 (3.463/dia); 3.239.775 procedimentos médicos e de enfermagem (8.876/dia); e 12.880 procedimentos odontológicos (35/dia). No Laboratório Municipal, a produção foi de 7.430.342 exames. Na Central Saúde Já, foram 966.200 os atendimentos desde 2020.
  • O município de Curitiba tem 70 hospitais, sendo 24 credenciados SUS, 3 públicos e 3 universitários.
  • A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) fechou o ano com 10.269 profissionais, e a rede conveniada, com 32.370 funcionários.

Diante deste cenário, confira abaixo o que propõem os candidatos à prefeitura de Curitiba que foram mencionados no relatório.

Eduardo Pimentel (PSD) / Paulo Martins (PL)

Promessas: Eduardo Pimentel propõe a ampliação da rede de saúde em Curitiba com a implantação de duas novas UPAs e seis novas Unidades Básicas de Saúde. Ele também destaca a reconstrução do Hospital do Bairro Novo.. Além disso, promete ampliar o atendimento ao autismo com um novo Centro de Atenção ao Autismo e criar um Centro de Apoio de Diagnóstico por Imagem para exames avançados. Na área de saúde mental, ele propõe a criação de dois novos CAPS e a requalificação da rede já existente. Pimentel também quer ampliar os procedimentos odontológicos e aumentar as equipes multiprofissionais da Atenção Primária.

O que as emendas dizem: Embora Paulo Eduardo Martins seja candidato a vice-prefeito, suas ações parlamentares refletem compromisso com a saúde pública, especialmente durante a pandemia onde foi o parlamentar com o maior volume de repasses, totalizando mais de R$ 3,9 milhões em 2020 e 2021. Esses repasses foram essenciais para o sistema de saúde de Curitiba durante um dos momentos mais críticos da saúde pública. Ele não concentrou os repasses em 2023, o que o diferencia de outros candidatos em termos de uso eleitoral das emendas​.

Luciano Ducci (PSB) / Goura (PDT)

Promessas: Luciano Ducci defende o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, a revitalização do Programa Mãe Curitibana e a ampliação do cuidado com o envelhecimento da população. Ele também promete retomar a vigilância contra a dengue e melhorar o atendimento da saúde da mulher e da criança.

O que as emendas dizem: Luciano Ducci, que é deputado federal, apresentou certa regularidade nos repasses ao longo de seu mandato. No entanto, cerca de 77% de seus repasses para a saúde de Curitiba foram feitos entre 2023 e 2024, totalizando R$ 1,799 milhão em 2023 e R$ 1,2 milhão em 2024. Embora isso possa ser visto como um esforço para fortalecer sua candidatura, ele ainda está atrás de outros parlamentares em termos de volume total de repasses​.

Ney Leprevost (União Brasil) / Rosangela Moro (União Brasil)

Promessas: Ney Leprevost apresenta diversas ações para melhorar a saúde em Curitiba, como a criação do PAI (Pronto Atendimento Infantil), mais atenção ao TEA (Transtorno do Espectro Autista), e a redução da fila de espera para consultas e exames. Ele também promete a ampliação de leitos psiquiátricos e a valorização da saúde mental dos servidores.

O que as emendas dizem: entre 2019 e 2022, Leprevost não fez repasses significativos para a saúde pública de Curitiba. No entanto, em 2023, ano pré-eleitoral, ele destinou R$ 8,1 milhões para a saúde, o maior valor entre os parlamentares mencionados. Essa concentração de repasses exclusivamente em 2023 sugere uma possível motivação eleitoral.

Roberto Requião (Mobiliza)  / Marcelo Henrique Paula Pinto (Mobiliza)

Promessas: Roberto Requião propõe uma série de ações focadas na modernização da Secretaria Municipal de Saúde, aumento da capacidade de atendimento, valorização de profissionais e eliminação da terceirização na área da saúde. Ele destaca a importância de criar novos postos de saúde, aumentar a oferta de medicamentos e melhorar o atendimento preventivo, além de fortalecer o programa médico da família e enfrentar surtos e epidemias. Sua plataforma também inclui a ampliação dos serviços de saúde mental e uma abordagem mais integrada da saúde pública, visando uma gestão moderna e inclusiva.

O que as emendas dizem: de acordo com o relatório de repasses do Fundo Nacional de Saúde, Requião teve uma atuação bastante modesta no que se refere à destinação de emendas parlamentares para a saúde de Curitiba entre 2019 e 2024. No período analisado, ele destinou apenas R$ 400 mil em 2019, sem outros repasses nos anos subsequentes​. Embora Requião tenha um discurso forte voltado à modernização e ampliação dos serviços de saúde em Curitiba, sua atuação parlamentar recente não reflete esse comprometimento em termos de repasses. O único feito em 2019 é insuficiente para apoiar de forma significativa as grandes reformas que ele propõe, especialmente considerando a necessidade de ampliação de postos de saúde, valorização de profissionais e combate a epidemias, como ele sugere em sua campanha.

Luizão Goulart (Solidariedade) / Thiago Chico (Solidariedade)

Promessas: Luizão Goulart quer aumentar o número de profissionais de saúde, modernizar processos com o uso de tecnologia, potencializar a alimentação saudável, promover as terapias integrativas e ampliar o atendimento especializado em saúde mental e prevenção. Ele também destaca a necessidade de mais ações de prevenção e modernização das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e UPAs,  a implementação do Piso Nacional da Enfermagem, além da construção do Hospital da Região Norte.

O que as emendas dizem: Luizão Goulart demonstrou maior regularidade em seus repasses para a saúde ao longo do mandato. Seus repasses somaram uma média anual de R$ 1,5 milhão, com um pico em 2023, quando destinou R$ 3,5 milhões para a saúde de Curitiba. Essa regularidade pode ser vista como um compromisso mais consistente, embora o aumento significativo em 2023 também possa estar relacionado à sua candidatura.

Maria Victoria (PP) /  Walter Antonio Petruzziello (PP)

Promessas: Maria Victoria pretende criar Complexo Neurossensorial “Casa do Autista”, o programa “Saúde sem Fila” para zerar a fila de espera por consultas em até 180 dias, a construção de novas Unidades Básicas de Saúde, a expansão da telemedicina e a criação de um centro de referência em saúde mental. Além disso, ela propõe a redução do ISS para serviços de saúde no município, como forma de incentivar a ampliação e a qualidade dos prestadores de serviço na cidade.

O que as emendas dizem: Maria Victoria é filha de Ricardo Barros que é deputado federal pelo PP e tem uma longa trajetória política, tendo sido também ministro da Saúde. No entanto, seus repasses de emendas parlamentares para a saúde de Curitiba nos últimos anos foram relativamente modestos, especialmente quando comparados a outros parlamentares envolvidos nas eleições municipais. Entre 2019 e 2024, Ricardo Barros destinou verbas de forma esparsa para a saúde de Curitiba, com um pico de R$ 859.220,00 em 2022 e um empenho de R$ 800 mil em 2023, que ainda não foi pago. Esses valores colocam Barros em uma posição abaixo de candidatos como Ney Leprevost e Luciano Ducci, tanto em termos de volume quanto de regularidade nos repasses.

Deputados candidatos à prefeitura de Curitiba inflam repasses de verbas para a saúde em ano eleitoral

10 de setembro de 2024

Relatório recém divulgado pela Opportuna Consilio mostra como foram distribuídas as emendas individuais dos deputados federais, agora candidatos a prefeitos

A divulgação do relatório consolidado sobre os repasses do Fundo Nacional de Saúde para Curitiba por meio de emendas parlamentares individuais entre os anos de 2019 e 2024, pode esclarecer ao eleitor curitibano alguns aspectos, em especial aquilo que é prometido para a saúde e a atuação efetiva na destinação de emendas dos candidatos enquanto parlamentares.

Isto porque, de acordo com o relatório, milhões de reais foram destinados para a cidade por meio dessas emendas durante os últimos cinco anos. Entretanto, o discurso e a realidade podem destoar diante dos números levantados pela organização.

Destaque nos repasses

Entre os parlamentares com maior destaque está Ney Leprevost (União), que em 2023, ano pré-eleitoral, destinou mais de R$ 8 milhões para a saúde pública de Curitiba. Até então, o candidato não havia realizado repasses ao Fundo Municipal de Saúde nos anos anteriores, o que levanta questionamentos sobre o timing desse investimento e sua ligação com a candidatura à prefeitura. De toda forma, é justo informar que Ney ficou afastado do mandato para assumir a Secretaria de Justiça, Família e Trabalho do Paraná.

Outro nome relevante é o de Luciano Ducci (PSB), que, ao longo dos últimos anos, teve uma participação constante nos repasses, com destaque para 2023, quando destinou quase R$ 1,8 milhão,  o que pode parecer um movimento para fortalecer sua candidatura. Apesar disso, Ducci, que é deputado federal e candidato à prefeitura, concentrou 77,4% dos repasses nos últimos dois anos, o que reforça a hipótese de interesse eleitoral. Ainda assim, se comparado aos demais parlamentares com interesse direto nas eleições municipais de 2024, Ducci  mesmo concentrando os repasses nos últimos dois anos, e tendo seis anos de mandato realizado no período analisado, no quesito valor total repassado ficou em 4º lugar, a frente apenas de Roberto Requião (Mobiliza), parlamentar até 2019 e também candidato a prefeito e Ricardo Barros (PP) (pai da candidata a prefeita pelo Progressistas Maria Victória).

Já Luizão Goulart (SD), ex-deputado federal e também candidato, apresentou maior regularidade nos repasses ao longo dos anos, totalizando mais de R$ 1,5 milhão por ano em média. Assim como outros candidatos, sua maior destinação ocorreu em 2023, com mais de R$ 3,5 milhões.

Por outro lado, Paulo Eduardo Martins (PL), que concorre como vice-prefeito, destacou-se pelo volume de repasses durante a pandemia de COVID-19, com mais de R$ 3,9 milhões destinados à saúde de Curitiba em 2020 e 2021. Neste período crítico seus repasses foram 10 vezes maiores que os repasses de Luciano Ducci (PSB) e 3 vezes maiores que os repasses de Luizão Goulart (SD). Ele foi o parlamentar com maior volume de emendas individuais durante o período pandêmico, sem concentrar suas ações em ano eleitoral.

A corrida eleitoral e a saúde pública

Os repasses para a saúde têm sido utilizados como estratégia eleitoral, com candidatos destacando seus esforços em prol do setor em Curitiba. No entanto, a falta de regularidade e a concentração de grandes volumes em períodos pré-eleitorais levantam discussões sobre o uso político dessas emendas. Com a saúde pública como um dos temas centrais do debate eleitoral, a população curitibana observará de perto as propostas dos candidatos e suas ações anteriores. A gestão eficiente dos recursos destinados à saúde será crucial para garantir melhorias no sistema e atender às crescentes demandas da cidade.

Confira o relatório completo:

Eduardo Pimentel se reúne com líderes evangélicos em Curitiba

2 de setembro de 2024

O candidato à Prefeitura de Curitiba e atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel, participou de um almoço com líderes do segmento evangélico promovido pelo Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná (COMEP), em uma ação que visa reforçar sua campanha junto a essa base de eleitores.

No encontro, Pimentel ouviu demandas relacionadas às pautas defendidas pela comunidade evangélica. O governador do Paraná, Ratinho Jr., e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol, conhecidos por sua proximidade com lideranças evangélicas, também participaram do evento, destacando o vínculo já existente entre Pimentel e esse segmento. O vice-prefeito tem participado de eventos promovidos pelo COMEP, encontros do Núcleo de Pastores de Curitiba e da Marcha para Jesus.

Estiveram presentes no evento o deputado estadual Alexandre Curi, primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, e os deputados estaduais Alexandre Amaro, Mara Lima e Fábio Oliveira. A reunião contou com a presença de representantes de diversas denominações, como a Igreja Assembleia de Deus – Vitória em Cristo(Advec), Igreja Metodista, Igreja Sara Nossa Terra, Igreja Presbiteriana e Missão Bethânia, entre outras.

Guilherme Kilter: o novo teste de Deltan Dallagnol em Curitiba

21 de agosto de 2024

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol está prestes a enfrentar um novo teste de seu capital político em Curitiba. Desta vez, o foco de seu apoio é o estreante Guilherme Kilter, um jovem que tem ganhado notoriedade nos círculos cristãos e conservadores por sua firme defesa de valores tradicionais, especialmente em questões de educação. Kilter se destacou ao denunciar ações controversas apoiadas em conferências de educação, mostrando coragem ao enfrentar temas sensíveis.

A aliança entre Deltan e Kilter lembra a campanha de 2022, quando Deltan impulsionou Fabio Oliveira, então seu parceiro de partido, para uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná. Agora, sem estar diretamente na disputa, Deltan busca repetir o feito, emprestando seu prestígio para catapultar Kilter à Câmara Municipal de Curitiba.

O desafio, no entanto, é significativo. Analistas políticos observam atentamente para ver se Deltan conseguirá transferir seu capital político para Kilter, que alguns já comparam ao fenômeno Nikolas Ferreira. A expectativa é grande: será que Kilter conseguirá se destacar entre os mais votados e se tornar o “Nikolas Ferreira de Curitiba”, como o próprio Deltan sugere?

Curitiba: 734 candidatos disputam 38 vagas em um cenário que renovou 47% dos vereadores em 2020

16 de agosto de 2024

A política é uma carreira que atrai muitos, com candidatos buscando reeleições contínuas. Quando deixam seus cargos, não é raro que familiares assumam seus lugares, uma prática comum em todos os campos ideológicos.

Contudo, o desejo dos políticos não sempre corresponde à vontade dos eleitores. Isso é evidente nas eleições para vereador, um dos cargos mais disputados e frequentemente a entrada para a política. Em Curitiba, o cenário ganha ainda mais relevância. Na eleição de 2020, 47% dos vereadores foram renovados, sugerindo uma mudança significativa.

Para as próximas eleições, Curitiba terá 734 candidatos disputando 38 cadeiras. Dos atuais vereadores, 34 buscam a reeleição. Se a tendência de 2020 continuar, podemos esperar uma renovação notável.

Como em muitos aspectos da vida, as eleições são imprevisíveis. Vale lembrar a famosa pergunta de Garrincha: “Já combinaram com os adversários?”. No caso dos políticos, a pergunta relevante é: “Já combinaram com os eleitores?”.

Alexandre Curi: o presidente mais jovem da Assembleia Legislativa em 30 anos

12 de agosto de 2024

Alexandre Curi, o deputado mais votado nas últimas eleições, está prestes a assumir a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Aos 45 anos, Curi será o parlamentar mais jovem a ocupar esse cargo em três décadas. Antes dele, Orlando Pessuti, que presidiu a ALEP no biênio 1993-1994, alcançou o posto aos 40 anos, tornando-se um dos mais jovens a liderar o Legislativo paranaense.

Desde Pessuti, a ALEP teve seis presidentes, todos com idades superiores a 50 anos no momento em que assumiram a presidência:

  • Aníbal Khury (1995-1999) – tomou posse com 71 anos;
  • Nelson Justos (1999-2000) – assumiu aos 52 anos;
  • Hermas Brandão (2001-2006) – assumiu aos 58 anos;
  • Nelson Justos (2007-2010) – retornou à presidência aos 60 anos;
  • Valdir Rossoni (2011-2014) – tomou posse aos 59 anos;
  • Ademar Traiano (2015-2025) – assumiu com 62 anos.

Alexandre Curi foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2002. Em 2006, ele conquistou 130 mil votos, sendo o deputado mais votado naquele pleito. Em 2010, repetiu o feito, desta vez com 134 mil votos. Já em 2022, Curi atingiu a impressionante marca de 237 mil votos, consolidando-se como o deputado mais votado do Paraná pela terceira vez. Além de sua atuação na Assembleia, Curi também tem experiência como vereador de Curitiba.

Na política, onde o aspecto simbólico muitas vezes tem um peso significativo, assumir a presidência da Assembleia Legislativa na casa dos 40 anos pode ser um bom prenúncio para a carreira de Curi. Orlando Pessuti, por exemplo, trilhou o caminho até os cargos de vice-governador e governador após presidir a ALEP em uma idade semelhante. A trajetória de Alexandre Curi sugere que ele pode estar seguindo passos semelhantes, com potencial para alcançar ainda mais destaque na política paranaense.

Ney “abandona” Moro e tenta se colar em Ratinho Junior

9 de agosto de 2024

Não levou nem um minuto no debate da Band TV para Ney Leprevost esquecer Sergio Moro, seu novo padrinho, e tentar se colar a Ratinho Junior. Já durante sua apresentação no primeiro debate entre os candidatos à prefeitura de Curitiba, Leprevost puxou o nome do governador na manga, sem citar o parceiro de partido.

Na sua participação no debate, que durou cerca de duas horas, Ney citou pelo menos cinco vezes o nome de Ratinho Junior, sem contar quando falava do governador implicitamente. Enquanto isso, o senador do União Brasil ficou de lado, esquecido, guardado. O candidato chegou até a copiar os bordões do governador e tentou tomar para si programas de Ratinho Junior como se fossem seus.

A estratégia é fácil de entender: Ratinho Junior é o maior cabo eleitoral do Paraná. Acontece que governador apoia Eduardo Pimentel na disputa desde o começo das discussões sobre a sucessão de Rafael Greca. Pimentel é do PSD, atual vice-prefeito de Curitiba e comandou, até a descompatibilização para o pleito, a Secretaria de Estado das Cidades.

A aliança de Ratinho Junior e Eduardo Pimentel ainda conta com outro aliado de peso: Jair Bolsonaro. O PL inclusive compõe a chapa com o vice Paulo Martins.

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