A eleição que irá definir um dos representantes do Paraná no Senado tem recebido uma atenção bastante grande dos eleitores, da mídia e da classe política, porque é mais disputada do que a própria eleição ao Governo.
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
As pesquisas eleitorais estiveram envoltas em diversas polêmicas durante este ciclo eleitoral, alguns duvidando de sua eficiência e outros usando os resultados para conclamar um suposto voto útil. Independente de nossas posições individuais sobre as pesquisas, é inegável que elas influenciam nas escolhas dos eleitores e impactam o debate político como um todo. Por isso, reúno aqui as pesquisas que foram divulgadas nesta semana que antecede a votação do 1º turno.
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
Umas das características mais marcantes das Eleições 2022 é o grande volume de recursos públicos utilizados pelos candidatos. Para se ter ideia, já foram gastos mais de R$ 220 milhões apenas no Paraná. No Brasil, esse montante passa de R$ 4 bilhões.
Ao me deparar com números tão impressionantes, surgiu uma dúvida: será que os valores gastos na campanha são maiores ou menores do que o patrimônio pessoal dos candidatos? Afinal, alguns deles declararam insuficiência de valores recebidos e como suas campanhas seriam “franciscanas”. Será que tais candidatos achariam ainda baixos os valores se fossem eles mesmos os responsáveis por financiar suas campanhas?
Para responder essa questão, consultei as informações oficiais da Justiça Eleitoral, confrontando os recursos recebidos até o momento pelos candidatos ao Senado e ao Governo do Paraná e as respectivas declarações de bens entregues por eles. Antes de passarmos para a lista propriamente dita, saliento uma peculiaridade: as declarações de bens parecem subestimadas, inclusive um tanto incompatíveis com o estilo de vida que alguns desses candidatos exibem por aí.
Na tabela abaixo listo os candidatos cujo valor declarado de bens é menor do que o valor arrecadado até agora para a campanha. Aparecem primeiro aqueles que têm uma proporção maior de gastos em relação ao patrimônio:
Candidato
Cargo
Valor de bens declarados
Valor arrecadado para campanha
Proporção
Gomyde
Governo
R$ 88.376,27
R$ 3.527.500,00
39,91
Paulo Martins
Senado
R$ 302.990,00
R$ 3.121.846,00
10,30
Desiree
Senado
R$ 205.577,87
R$ 1.536.881,00
7,48
Requião
Governo
R$ 896.926,82
R$ 4.055.176,65
4,52
Solange Bueno
Governo
R$ 82.000,00
R$ 300.000,00
3,66
Sergio Moro
Senado
R$ 1.589.369,94
R$ 4.507.611,26
2,84
Alvaro Dias
Senado
R$ 2.220.952,16
R$ 5.081.444,00
2,29
Aline Sleutjes
Senado
R$ 457.425,11
R$ 673.199,13
1,47
Imaginava encontrar algumas discrepâncias, mas confesso que fiquei assustado ao me deparar com um candidato ao Governo do Paraná que deve gastar na campanha quase 40 vezes o valor de seu patrimônio declarado e o candidato ao Senado que irá gastar 10 vezes o valor dos bens que declarou.
Mesmo tratando-se de dados diferentes, um recurso é o patrimônio pessoal e os outros são para fazer campanha. A curiosidade e o assombro surgem porque os candidatos aqui listados vão gastar em 46 dias mais do que conseguiram acumular no decorrer da vida. Mesmo que algum deles já tenha transferido algo para cônjuges e herdeiros e que os valores declarados estejam subdimensionados, os números são impressionantes. Vale salientar que tive dificuldade em identificar doações destes mesmos candidatos para suas campanhas e me parece que o ânimo de gastar com propaganda só acontece quando o dinheiro é do pagador de impostos.
Fica a lição: esse modelo de financiamento de campanhas tem que acabar. Além destes fundos criarem situações distorcidas como as que apontei, o ato de utilizar bilhões de recursos públicos num país que ainda tem tantas carências é vergonhoso e imoral.
Sobre o colunista
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
O candidato Alvaro Dias (Podemos) é o segundo convidado da série de sabatinas promovida pelo Grupo RIC com candidatos ao Senado pelo Paraná. A entrevista acontece nesta quinta-feira (21) a partir das 7h40 nos estúdios da emissora, em Curitiba. Dias que tenta o quinto mandato como senador vai responder às perguntas de Marc Sousa e Jeulliano Pedroso.
As sabatinas terão duração de 20 minutos e serão transmitidas no programa RIC Notícias Dia, da RICtv, nas rádios Jovem Pan e Pan News FM, no programa Jornal da Manhã, e com cobertura em tempo real pelo portal RIC Mais. As entrevistas fazem parte da maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Paraná.
A ordem dos participantes foi definida por sorteio com a presença de representantes dos três candidatos mais bem posicionados, conforme a pesquisa promovida pelo instituto Paraná Pesquisas, registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo número PR-09990/2022.
O primeiro convidado foi o candidato Sergio Moro (União Brasil). Na entrevista desta quarta-feira (21), o ex-juiz da Lava Jato afirmou que continuará o combate à corrupção no país, declarou que está orgulhoso em poder disputar uma eleição pelo Paraná e ainda destacou que o oponente Alvaro Dias possui uma aliança com PT e o ex-presidente Lula. Na sexta-feira (23) é a vez de Paulo Martins (PL), que encerra a série de sabatinas promovida pelo Grupo RIC.
Quem é Alvaro Dias?
Nascido em Quatá, no interior de São Paulo, Alvaro Fernandes Dias tem 77 anos e concorre ao quinto mandato no Senado Federal.
No Paraná, Dias foi vereador, deputado estadual, deputado federal e também governador. Alvaro é casado e tem dois filhos.
O ex-juiz Sergio Moro (União) participou na manhã desta quarta-feira (21) da série de sabatinas do Grupo RIC, que entrevistará os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de voto ao senado pelo Paraná. Nos estúdios da emissora em Curitiba, o ex-ministro reforçou que continuará o combate à corrupção no país, declarou que está orgulhoso em poder disputar uma eleição pelo Paraná e ainda destacou que o oponente Alvaro Dias possui uma aliança com PT e o ex-presidente Lula.
“Vou ser um senador forte e independente lá em Brasília. Envolvido sim nos grandes projetos nacionais, mas igualmente estarei defendendo o interesse dos paranaenses. Ninguém, acho, melhor do que eu neste contexto para estar envolvido nestas duas tarefas”, declarou Sergio Moro.
Em entrevista aos jornalistas Marc Sousa e Jeulliano Pedroso, o candidato ao senado explicou a polêmica que envolveu a tentativa de transferência de domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. Segundo Moro, era uma estratégia do partido, entretanto, o desejo pessoal do candidato sempre foi disputar a eleição pelo estado onde nasceu.
“O que aconteceu foi que eu estava em uma pré-candidatura presidencial em outro partido e esse outro partido às vésperas do fim do período de transferência eleitoral retirou o apoio, o que me obrigou a ir para o União Brasil. Neste outro partido tive o pedido para que eu concorresse por São Paulo, eles tinham um plano para derrotar o PT em São Paulo, o Haddad. Eu acabei concordando porque não tinha muita alternativa. Em São Paulo, o TRE negou a minha transferência, deferiu minha permanência no Paraná. Eu fiquei feliz com isso, fiquei exultante. Até orientei meus advogados a não recorrer, porque para mim é muito melhor concorrer no Paraná, porque eu nasci aqui, em Maringá”, explicou Moro, que ainda citou que já morou em Cascavel e os pais nasceram em Ponta Grossa.
O candidato ainda justificou que no estado de origem teve um dos trabalhos mais marcantes da carreira. “Acho que o trabalho profissional mais relevante da minha vida, que foi a Operação Lava Jato, eu fiz aqui, a partir do Paraná. E ela só deu certo porque a gente teve o apoio da sociedade paranaense. Estou orgulhoso da oportunidade de concorrer pelo Paraná”, completou.
Moro foi entrevistado pelos jornalistas Marc Sousa e Jeulliano Pedroso (Foto: Guilherme Becker/ RIC Mais)
Moro também citou que pretende retomar com força o combate à corrupção no país, apesar de apontar que terá ‘dificuldades contra o sistema’. Entre as propostas do candidato está o fim do foro privilegiado e a volta da execução em 2ª instância.
“Quem foi preso na Operação Lava Jato se encontra em uma das seguintes situações: ou pagou suborno ou recebeu suborno. Não existe nenhum grande país que se desenvolva baseado em corrupção ou patifaria. Então a Lava Jato foi um marco, a gente quebrou aquela regra ‘rouba e não acontece nada’. Pela primeira vez vimos ladrões poderosos do dinheiro público sendo presos”, declarou Moro.
O candidato ao senado ainda aproveitou a sabatina para fazer ataques contra o Partido dos Trabalhadores (PT). Moro defendeu que não houve parcialidade durante as investigações da Lava Jato e que a liberação para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispute as eleições é um dos maiores erros da história do Supremo Tribunal Federal (STF).
“O que vimos foi uma virada de jogo, um grande erro judiciário, acho que vai ser o maior erro judiciário da história do STF que permitiu que o ex-presidente Lula voltasse ao jogo […] Agora eu estou na política, antes jamais estive, era um juiz aplicando a lei, tanto que a gente condenou não só o presidente Lula. Condenamos o Eduardo Cunha, que era o presidente da Câmara, que era um opositor do PT, a gente aplicou a lei de maneira imparcial. Agora o jogo é outro, estou no lado da política, e eu tenho me colocado claramente. Jamais estarei ao lado do PT ou do Lula, espero que o Lula não ganhe as eleições, mas se acontecer estarei na oposição”, declarou Moro.
O representante do União Brasil ainda apontou que um dos principais oponentes na briga por uma vaga no Senado Federal, o candidato Alvaro Dias (Podemos), possui uma aliança com o PT.
“O PT fez uma aliança com outro candidato, que é a candidatura do Alvaro Dias. É uma aliança escondida, oculta, mas é claro quando o PT escolhe uma outra candidata, a Rosane, que não tem tradição, que não coloca dinheiro ali. Quando você tem uma aliança do Alvaro com o PSB, que em todo resto do país está junto com o PT, com o Lula. Então contra esse sistema, contra a velha política, contra o PT, as pessoas podem contar comigo”, afirmou Moro.
Ao ser questionado sobre a relação com o presidente Jair Bolsonaro, Sergio Moro não citou o nome do ex-aliado e voltou a afirmar que “jamais estará com o PT” e conclui que “será uma tragédia caso Lula seja eleito”.
Durante a sabatina, o candidato do União Brasil ainda citou que um dos principais objetivos é colocar um representante que tenha presença e restaurar dignidade do senado, que é contra abuso de poder no STF e que o armamento deve ser discutido, “tenho posse de arma, temos que respeitar sentimento de pessoas que se sentem mais seguras com arma em casa”, conclui.
Confira a entrevista completa de Sergio Moro:
Sabatinas do Grupo RIC
As sabatinas terão duração de 20 minutos e serão transmitidas no programa RIC Notícias Dia, da RICtv, nas rádios Jovem Pan e Pan News FM, no programa Jornal da Manhã, e com cobertura em tempo real pelo portal RIC Mais. As entrevistas fazem parte da maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Paraná. Confira o cronograma das entrevistas:
As eleições de 2022, são as primeiras a contar com a possibilidade de candidaturas apoiadas por federações partidárias. Esta união foi instituída pelo Congresso Nacional na reforma eleitoral de 2021, com o intuito de permitir às legendas agirem de forma única no Brasil, sendo um teste para possível fusão ou incorporação.
As coligações – que constituíam os representantes políticos para as casas legislativas, como: cargos de deputado federal, deputado estadual, deputado distrital e vereador) – foram extintas nas eleições proporcionais desde 2017. Porém, esta união ainda é permitida nas eleições majoritárias (presidente, governador, prefeito e senador).
Antes de iniciar a explicação, vamos fazer uma brincadeira para melhor entendimento:
Se a coligação partidária fosse comparada a uma relação amorosa, essas conexões entre os partidos podem ser relacionados a “ficantes” (uma relação por um curto período sem compromisso). Já a federação, seria um casamento, podendo ser até um “trisal, quadrisal” ou mais pessoas durante um longo período, porém com uma separação no final. Veja a explicação abaixo:
Segundo o cientista político e jornalista, Jeulliano Pedroso, a coligação partidária foi criada com o objetivo de agradar a vontade do eleitor. A coligação é a união de duas ou mais legendas que se ligam para apenas o período de eleição. Depois, cada partido seguia seu rumo durante os mandatos.
Federação Partidária
Conforme o cientista, a federação partidária também é a ligação de dois ou mais partidos que se unem, porém essa junção entre as legendas continuam funcionando até o final do mandato de quatro anos, e atuarão juntos no congresso.
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Recursos públicos são a principal fonte de financiamento das candidaturas que brigam por uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Baseio essa afirmação em informações do sistema do TSE DivulgaCandContas e também do material preparado pelo JOTA Info em parceria com a Base dos Dados (organização que atua dando visibilidade e acesso a dados públicos).
Veja a tabela a seguir a origem dos recursos captados até agora:
Origem
Valor da Receita
Recursos de partido político
R$ 39.688.849,15
Recursos de pessoas físicas
R$ 4.420.356,33
Recursos próprios
R$ 2.537.845,54
Recursos de outros candidatos
R$ 1.617.540,17
Recursos de financiamento cColetivo
R$ 152.235,26
Doações pela internet
R$ 513,22
Recursos de origens não identificadas
R$ 180,00
Rendimentos de aplicações financeiras
R$ 0,94
TOTAL
R$ 48.417.520,61
O processo eleitoral fica cada vez mais intenso e um dos termômetros usados para avaliar a força de determinadas candidaturas é a capacidade de arrecadar recursos, tanto por meio de doações de pessoas físicas quanto de recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, comumente chamado de Fundo Eleitoral.
No caso das doações de pessoas físicas, conseguimos medir o tamanho da disposição dos eleitores, se comprometerem financeiramente com determinado candidato. Já no caso do fundo eleitoral, é possível avaliar o quanto determinado partido acredita naquela candidatura ou o poder de influência que o candidato possui junto à burocracia partidária.
Vamos observar a seguir quais as 30 candidaturas de deputado estadual que mais arrecadaram até agora e qual a origem desses recursos.
Candidato
Partido
Recurso de Fundo Eleitoral
Doações
Total de Receitas
Marcio Nunes
PSD
R$ 1.295.000,00
R$ 0,00
R$ 1.295.000,00
Mabel Canto
PSDB
R$ 1.000.000,00
R$ 15.000,00
R$ 1.015.000,00
Cristina Silvestri
PSDB
R$ 1.000.000,00
R$ 388,00
R$ 1.000.388,00
Marcel Micheletto
PL
R$ 900.000,00
R$ 22.100,00
R$ 922.100,00
Luiz Fernandes Litro
PSD
R$ 895.000,00
R$ 500,00
R$ 895.500,00
Alexandre Curi
PSD
R$ 525.000,00
R$ 359.170,00
R$ 884.170,00
Paulo Gomes Da Tv
PP
R$ 500.000,00
R$ 254.000,00
R$ 754.000,00
Secretaria Marcia
PSD
R$ 720.000,00
R$ 14.974,53
R$ 734.974,53
Michele Caputo
PSDB
R$ 646.250,00
R$ 71.499,99
R$ 717.749,99
Traiano
PSD
R$ 435.000,01
R$ 239.200,00
R$ 674.200,01
Carlise Kwiatkowski
PL
R$ 650.000,00
R$ 0,00
R$ 650.000,00
Maria Victoria
PP
R$ 530.000,00
R$ 107.000,00
R$ 637.000,00
Beti Pavin
MDB
R$ 500.000,00
R$ 1.000,00
R$ 501.000,00
Cloara Pinheiro
PSD
R$ 500.000,00
R$ 300,00
R$ 500.300,00
Rosa Maria
MDB
R$ 400.000,00
R$ 94.000,00
R$ 494.000,00
Gilson De Souza
PL
R$ 450.000,00
R$ 4.500,00
R$ 454.500,00
Carol Arns
PODE
R$ 426.125,40
R$ 0,00
R$ 426.125,40
Cantora Mara Lima
REPUBLICANOS
R$ 400.000,00
R$ 16.396,50
R$ 416.396,50
Maria Leticia
PV
R$ 344.239,00
R$ 60.187,69
R$ 404.426,69
Jornalista Mira Gracano
REPUBLICANOS
R$ 400.000,00
R$ 2.711,00
R$ 402.711,00
Romanelli
PSD
R$ 105.000,00
R$ 280.000,00
R$ 385.000,00
Gilberto Ribeiro
PL
R$ 250.000,00
R$ 129.826,00
R$ 379.826,00
Rogerio Lorenzetti
PSD
R$ 95.000,00
R$ 260.000,00
R$ 355.000,00
Artagao Junior
PSD
R$ 310.000,00
R$ 41.975,00
R$ 351.975,00
Gugu Bueno
PSD
R$ 0,00
R$ 345.400,01
R$ 345.400,01
Luiz Fernando Guerra
UNIÃO
R$ 180.000,00
R$ 152.000,00
R$ 332.000,00
Debora Chemin
MDB
R$ 320.000,00
R$ 10.500,00
R$ 330.500,00
Vanderlei Cordeiro
PP
R$ 300.000,00
R$ 19.600,00
R$ 319.600,00
Professor Mocellin
PV
R$ 290.351,08
R$ 12.500,00
R$ 302.851,08
Professora Ana Novais
UNIÃO
R$ 200.000,00
R$ 100.000,00
R$ 300.000,00
*valores conferidos dia 13/09/2022
Os valores como um todo devem subir até o final do pleito, afinal o limite de gastos para candidaturas para Assembleia Legislativa é de R$1.270.629,01.
Sobre o colunista
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
Os candidatos a vereador, deputado federal, estadual e distrital (representante do Distrito Federal), não dependem somente da quantidade de votos absolutos recebidos para conquistar uma vaga na Câmara ou Assembleia Legislativa. E é nesse momento que entra o quociente eleitoral. Os candidatos são definidos conforme o sistema proporcional, juntamente com os parlamentares e federações partidárias.
Após os resultados das urnas, são os quocientes eleitorais e partidários que determinam a quantidade de vagas dos partidos, como também os concorrentes que assumirão as cadeiras.
O quociente eleitoral é estabelecido pela soma dos votos válidos – não contam brancos e nulos – e divididos pela quantidade de vagas disputadas. De acordo com a seguinte fórmula:
“Por exemplo: se tem 1.000 votos válidos e 10 vagas para vereadores. Divide-se 1.000 por 10, o resultado (100) é o quociente eleitoral”, explica o cientista político e jornalista Jeulliano Pedroso.
Agora é o momento de determinar quantas cadeiras cada partido terá direito a preencher nas casas legislativas. O cálculo chama-se quociente partidário.
Nele, divide-se a quantidade de votos válidos que cada partido recebeu pelo quociente eleitoral, calculado anteriormente. O resultado determina quantas cadeiras cada partido terá direito. Aí pegam-se os candidatos mais votados em cada partido para preencher as cadeiras.
Ainda assim, o quociente pode gerar a sobra de algumas cadeiras. Porém o cálculo para preenchê-las é ainda mais complexo e não será abordado nesta reportagem.
“Lista aberta”
“Lista aberta” é o modelo de votação utilizado no Brasil, que segundo o cientista, é quando determinado partido apresenta aos eleitores uma lista (também conhecida como chapa) de candidatos para os cargos, com no máximo 150% de componentes em relação ao número de cadeiras em disputa.
Conforme Jeulliano, quem ordena esta lista são os eleitores. “O eleitor então vota no candidato ou candidata que melhor lhe convencer e aquele(a) que receber o maior número de votos irá figurar em melhor posição no ranking deste partido, e assim, terá prioridade para ocupar as cadeiras conquistadas por este partido”, destaca.
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A pesquisa AtlasIntel/Arko Advice, divulgada nesta terça-feira (13), trouxe luz para um questionamento frequente nas rodas de debate político: para onde vão os votos da esquerda na disputa para o Senado?
Vejamos primeiro o que nos sinaliza a pesquisa sobre a intenção de votos para presidente:
No conjunto das candidaturas para presidente temos um total de 43,4% das intenções de voto no campo da esquerda ou centro-esquerda.
Na imagem abaixo podemos ver como se distribuem as intenções de voto para governador:
Nesse caso, são 36% dos respondentes manifestando preferência por candidatos de esquerda ou centro-esquerda.
Já na disputa para o Senado a situação se torna mais complexa, veja a tabela a seguir:
Perceba que apenas 8,3% dos respondentes optam por candidaturas de esquerda ou centro-esquerda. Então, o cenário dos votos mais alinhados a esquerda estão dispostos da seguinte maneira:
Presidência: 43,4%
Governor: 36%
Senado: 8,3%
Conseguimos enxergar uma correlação bastante clara entre os cargos de presidente e governador, inclusive, a diferença de 7,4% se justificaria pelo caráter centrista do líder das pesquisas, que possivelmente atrai para si parte do eleitorado da centro-esquerda.
Agora, a diferença na disputa para o Senado é muito grande: 35,1% e 27,7% dos entrevistados que escolhem candidatos de esquerda ou centro-esquerda para presidente e para governador, respectivamente, não seguem essa mesma tendência ao escolher o senador. Onde estão estes votos então?
Os dados trazidos pela pesquisa apontam como votaram em 2018 os respondentes, possibilitando perceber a correlação entre os que preferiram Jair Bolsonaro (PL) ou Fernando Haddad (PT) naquela disputa.
Veja os dados a seguir:
É bastante evidente que o principal destinatário dos votos daqueles que optaram por Fernando Haddad (PT) em 2018, tanto no primeiro quanto no segundo turno, é Alvaro Dias (PODE), confirmando que os eleitores mais conectados com a esquerda ou centro-esquerda optam pelo atual mandatário.
Por meio de algumas entrevistas que realizei pude compreender que tal opção não ocorre necessariamente por uma identificação ideológica, mas principalmente como estratégia de barrar candidaturas mais alinhadas com a direita ou centro-direita.
Sobre o colunista
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
O processo eleitoral fica cada vez mais intenso e um dos termômetros usados para avaliar a força de determinadas candidaturas é a capacidade de arrecadar recursos, tanto por meio de doações de pessoas físicas quanto de recursos provenientes do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, comumente chamado de Fundo Eleitoral.
No caso das doações de pessoas físicas, conseguimos medir o tamanho da disposição dos eleitores, se comprometerem financeiramente com determinado candidato. Já no caso do fundo eleitoral, é possível avaliar o quanto determinado partido acredita naquela candidatura ou o poder de influência que o candidato possui junto à burocracia partidária.
Vamos observar a seguir quanto cada candidatura ao Senado pelo Paraná arrecadou até agora e qual a origem desses recursos.
Utilizo como base de informações o sistema do TSE DivulgaCandContas e também o material preparado pelo JOTA Info em parceria com a Base dos Dados (organização que atua dando visibilidade e acesso a dados públicos).
Candidato
Partido
Recurso de Fundo Eleitoral
Doações
Total de Receitas
Alvaro Dias
PODE
R$ 4.440.000,00
R$ 500.000,00
R$ 4.940.000,00
Paulo Martins
PL
R$ 2.000.000,00
R$ 781.026,00
R$ 2.781.026,00
Sergio Moro
UNIÃO
R$ 2.223.600,77
R$ 279.000,00
R$ 2.502.600,77
Orlando Pessuti
MDB
R$ 1.200.000,00
R$ 15.000,00
R$ 1.215.000,00
Desiree
PDT
R$ 750.000,00
R$ 32.907,00
R$ 782.907,00
Aline Sleutjes
PROS
R$ 240.000,00
R$ 292.274,13
R$ 532.274,13
Rosane Ferreira
PV
R$ 205.598,70
R$ 200,00
R$ 205.798,70
Laerson Matias
PSOL
R$ 139.422,93
R$ –
R$ 139.422,93
Roberto Franca Da Silva Junior
PCO
R$ –
R$ –
R$ –
Dr Saboia
PMN
R$ –
R$ –
R$ –
*valores conferidos dia 13/09/2022
Alvaro Dias (PODE), atual senador pelo Paraná, lidera o ranking de arrecadação, tendo ultrapassado inclusive o limite de gastos permitido (algumas despesas ficam fora desse limite de gastos, o que permite que o valor arrecadado seja maior). Já Paulo Martins (PL_ figura entre os quatro principais recebedores de recurso do fundo eleitoral (entre os candidatos ao Senado) do PL, atrás apenas de Romário (RJ), Flávia Arruda (DF) e Doutora Raissa Soares (BA). Os valores como um todo devem subir até o final do pleito, afinal o limite de gastos para candidaturas ao Senado é de R$ 4.447.201,54.
Sobre o colunista
Jeulliano Pedroso é sociólogo, formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social também pela UFPR. Atualmente é Analista-chefe na Brasil Sul Inteligência.
Jeulliano Pedroso é sociólogo (UFPR), especialista em ciência política (IUPERJ) e mestrando em Antropologia Social (UFPR). Estudou economia e estratégia na London School of Economics and Political Science (LSE) Atualmente é Analista-Chefe da Brasil Sul Inteligência e comentarista político do Jornal da Manhã – Jovem Pan Paraná.
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