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Barroso “diz não” para o PT que pedia a suspensão da “privatização” da Copel

5 de julho de 2023

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, rejeitou nesta quarta-feira, 05, o pedido do Partido dos Trabalhadores (PT) para suspender as alterações estatutárias da Copel que regem sobre a atualização da composição societária da Copel.

Barroso não avaliou o mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade, mas alegou que o caso não tem urgência, já que a implantação das medidas previstas só poderão ser concretizadas caso a Copel seja efetivamente privatizada, desta forma, o mérito do processo deverá ser analisado após o recesso judiciário, a partir de agosto.

O plano do governo paranaense prevê manter 15% do capital social total da Copel e 10% da quantidade total de votos conferidos pelas ações com direito a votos e emissão da empresa. Atualmente, o Estado detém 31,1% do capital social total.

Lula não conhece as Universidades e o Paraná

4 de julho de 2023

O presidente da República veio até o Paraná para, entre outras iniciativas, anunciar investimentos na UNILA. Em seu discurso Lula fez questão de salientar o quanto o Brasil demorou a ter universidades, afirmando que nossa primeira universidade dataria de 1920, mostrando novamente um desconhecimento profundo sobre o Paraná. Afinal, nossa Universidade Federal data de 1912, sendo mais preciso 19 de dezembro de 1912, quando Victor Ferreira do Amaral e Silva liderou a criação efetiva da então Universidade do Paraná.

Alguns historiadores relatam que a primeira universidade do Brasil é a de Manaus, fundada em 1909. Contudo, se olharmos as importantes faculdades que surgiram no Brasil a data é ainda mais antiga.

O Estado do Paraná tem história e pioneirismo. É importante que estas duas características sejam conhecidas por seus mandatários, pois é fundamental respeitar o trabalho dos que vieram antes de nós e que nos inspiram a ir além.

Eventos econômicos – 3 a 7 de julho

3 de julho de 2023

Os eventos econômicos da semana serão:

  • Boletim Focus (segunda-feira)
  • PMI Industrial S&P Global – jun (segunda-feira)
  • Balança Comercial – jun (segunda-feira)
  • IPC-Fipe mensal – jun (terça-feira)
  • Produção industrial mensal e anual – mai (terça-feira)
  • PMI composto S&P global – jun (quarta-feira)
  • PMI do Setor de Serviços S&P (quarta-feira)
  • Fluxo cambial estrangeiro (quarta-feira)
  • IGP-DI mensal – jun (sexta-feira)
  • Posições líquidas de especuladores no relatório da CFTC (sexta-feira)

Expectativa por arcabouço fiscal e PL do Carf – 3 a 7 de julho

3 de julho de 2023

Nesta semana a Câmara dos Deputados terá sessões de votação em plenário com foco, principalmente, nas pautas econômicas. Há uma expectativa pela análise, na Câmara dos Deputados, das mudanças do Senado no projeto do Arcabouço fiscal. No entanto, o primeiro projeto na lista de votação é o voto de qualidade do Carf que é a última instância de análise de recursos de punições da Receita Federal. O governo deseja a volta da possibilidade de um representante da Fazenda Nacional desempatar disputas que terminarem empatadas.

Outros assuntos para ficar de olho:

  • Andamento do debate sobre a Reforma Tributária
  • Revisão da Lei de Cotas
  • Repercussões da decisão do TSE que tornou Bolsonaro inelegível
  • CPMI do 8 de janeiro ouve ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, na terça-feira (4).

Reajuste dos funcionários públicos em pauta na Alep – 3 a 7 de julho

3 de julho de 2023

Há uma expectativa de que na segunda-feira (03), o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) analise o pacote de projetos do governo do Estado sobre o reajuste do funcionalismo. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o pacote de oito projetos que também trata da reestruturação de carreiras no Estado. Se aprovado, o reajuste geral será de 5,79%. Esse percentual pode aumentar de acordo com cada categoria.

Outros assuntos para ficar de olho:

  • Assembleia itinerante em Paranaguá.
  • Porto de Paranaguá deve anunciar começo das obras do novo Moegão.

Vereadores de Curitiba se posicionam contra serviço de mototáxi – 3 a 7 de julho

3 de julho de 2023

Os vereadores da Frente Parlamentar de Defesa dos Aplicativos se posicionaram contra a possibilidade de Curitiba ter o serviço de mototáxi. O posicionamento dos parlamentares está alinhado aos motoristas de aplicativo. Outra justificativa é a possibilidade de que o funcionamento do serviço de mototáxi seja a causa de mais acidentes. A Prefeitura de Curitiba deverá entrar no debate nesta semana.

Outros assuntos para ficar de olho:

  • Comissão de Economia da Câmara recomenda aprovação das contas da Prefeitura.
  • Comissão de Saúde elabora relatório para melhorias no Mesa Solidária

Governo do Paraná fomenta relação direta de cooperativas com empresas chinesas

30 de junho de 2023

A China já representa 20% do destino de todas as exportações realizadas pelo Paraná, visando fortalecer essa relação e melhorar os valores recebidos pelos produtores e cooperativas do estado o governo do Paraná e a Invest Paraná estão recebendo uma delegação com nove representantes de grandes empresas Chinesas cujo maior controlador é o governo. O interesse deles é principalmente nos grãos e carnes aqui produzidos.

O propósito é eliminar os intermediários e assim garantir melhores termos tanto para as empresas compradoras quanto para os produtores. Caso as negociações avancem podemos esperar investimentos ainda maiores em nosso agro.

Cientista político aponta principais desafios do governo Ratinho Jr.

30 de junho de 2023

Apesar de um dos maiores destaques do 1º semestre do governo Ratinho Jr. ser a infraestrutura, o cientista político Jeulliano Pedroso conta que este ponto também é alvo das principais críticas da gestão.

“Principalmente pelos desafios externos que se apresentaram, em especial, a mudança do Governo Federal que atrasou o pedágio, nó que precisa ser desatado com urgência para fortalecer a integração dos pólos regionais com o canal exportador que é o Porto de Paranaguá”, diz.

“Outro problema logístico que precisa ser enfrentado é a própria construção da Ponte de Guaratuba, que sofre com os questionamentos ambientais. Por fim, a questão da ampliação da malha ferroviária, que também precisa ir adiante para reduzir a dependência do transporte rodoviário e baratear o transporte do que aqui é produzido e a aquisição de fertilizantes e grãos”.

O que significa o Paraná ultrapassar o Rio Grande do Sul e se tornar a quarta maior economia do Brasil?

14 de fevereiro de 2023

Para responder a essa questão vamos olhar para os dados do Sistema de Contas Regionais (SCR) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O SCR fornece estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) de cada unidade da federação pela ótica da produção e da renda. Permite observar, por exemplo, o valor total produzido por um estado em várias atividades econômicas e o valor total de remunerações. 

Abaixo vemos a participação percentual do PIB do Paraná e do Rio Grande do Sul no PIB do Brasil. Podemos ver que desde 2013 o Paraná estava atrás do Rio Grande do Sul, porém, o ultrapassou em 2020. Nesse ano, o Paraná foi responsável por 6,41% de toda a produção do Brasil, enquanto para o Rio Grande do Sul o valor é de 6,19%. Esse é o dado que permite afirmar que o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul e se tornou a quarta maior economia do Brasil.

Figura 1. Participação do Rio Grande do Sul e Paraná no PIB do Brasil

Fonte: Sistema de Contas Regionais (IBGE).

O que pode estar por trás disso? Olhando para dados do SCR e da Pesquisa Industrial Anual do IBGE podemos identificar os setores que mais podem ter contribuído para esse resultado. 

O gráfico abaixo mostra a evolução do índice de volume do valor adicionado pela agricultura de 2010 até 2020, o último ano com dados disponíveis. Podemos observar que desde 2013 o volume produzido pelos dois estados era muito próximo, porém em 2020 observamos uma queda no Rio Grande do Sul e um aumento da produção do Paraná.  O aumento da demanda do mercado internacional por soja e carnes pode ter impulsionado o aumento da produção agrícola paranaense. 

Figura 2. Índice de volume do valor adicionado pela agricultura no Rio Grande do Sul e Paraná

Fonte: Sistema de Contas Regionais (IBGE).

A agroindústria no Paraná, que inclui os setores que processam, transformam, comercializam e distribuem a matéria prima da agricultura, pecuária e extrativismo, também tem se destacado no cenário nacional. Na Figura 3 abaixo vemos a participação da fabricação de alimentos, bebidas e fumo (três dos principais setores ligados à agroindústria) do RS e PR no total do Brasil. Vemos que desde 2014 a agroindústria paranaense vem crescendo e ganhando participação no Brasil. Em 2019, por exemplo, o Paraná foi responsável por quase 12% de todo o valor transformado pela agroindústria no Brasil. 

Incentivos à agroindústria, que se localiza principalmente no interior do Paraná, pode ser um dos caminhos para desenvolver as regiões onde se situam, pois geram diversos postos de trabalho e renda direta e indiretamente. Um desses incentivos pode ser o apoio a cooperativas locais com o objetivo de industrializar a produção agropecuária, agregando mais valor à produção.

Figura 3. Participação do valor de transformação da agroindústria do Rio Grande do Sul e Paraná no Brasil

Fonte: Pesquisa Industrial Anual (IBGE).

Além da agricultura e agroindústria, a construção civil, considerada um setor industrial, também cresceu muito mais no Paraná do que no Rio Grande do Sul a partir de 2018, como podemos ver na Figura 4 a seguir. Essa é uma das atividades com maior encadeamento na economia, gerando emprego e renda em diversos outros setores. Obras de infraestrutura, por exemplo, além dos postos de trabalho que geram, acabam beneficiando diversos outros setores ao reduzir o custo de deslocamento e de produção.

Figura 4. Índice de volume do valor adicionado pela construção civil no Rio Grande do Sul e Paraná

Fonte: Sistema de Contas Regionais (IBGE).

O Paraná conseguirá manter a posição conquistada, aumentando ainda mais a sua participação na economia brasileira? Isso dependerá, além do cenário macroeconômico nacional e do mercado internacional, da capacidade do setor produtivo paranaense em se adaptar e aproveitar as oportunidades relacionadas com a economia verde que está em franca ascensão no mundo todo. 

O que é essa tal de moeda única? Vale a pena para o Brasil?

23 de janeiro de 2023

Após a declaração de Daniel Scioli, embaixador da Argentina, sobre a possibilidade da utilização de uma moeda única para os países sul-americanos, posta em discussão com Haddad, o ministro da Fazenda brasileiro deu a entender a um repórter que o projeto ainda estaria bastante prematuro.

Esse tipo de projeto já foi cogitado em gestões anteriores, por Paulo Guedes por exemplo, que, em analogia ao que acontece na zona do euro, entendia que o Mercosul deveria utilizar uma moeda única. Uma das hipóteses do ex-ministro é a de que em algumas décadas restariam em torno de 5 moedas principais no globo, dentre elas o Dólar, o Yuan, o Euro e a moeda sul americana, caso a integração fosse adiante.

Nesse cenário comparativo o Brasil desempenharia um papel semelhante ao da Alemanha, que por estar rodeada por 8 países da União Europeia, trabalha para a coesão da Europa através da sua política externa como um meio para a segurança nacional e garantia de escoamento da sua produção, e o faz, antes de mais nada, por ser o país mais capacitado economicamente para tal.

O que acontece na Europa é o estabelecimento de um mercado comum onde há um intercâmbio mais amplo, em outras palavras o livre trânsito de mercadorias, pessoas, capitais e serviços dos países integrantes da União Europeia (UE), lembrando que alguns deles pertencem a Zona do Euro.

Esse tipo de integração monetária implica em uma diluição do risco de utilização dessa moeda entre os países membros, de modo que quanto mais estável economicamente um país é maior a sua contribuição para a estabilidade da moeda comum.

Ao transpor essa noção para o cenário sul-americano, o Brasil desempenharia um papel central não apenas por fazer fronteira com muitos países do Mercosul, mas por ser o país mais potente economicamente na região. Essa posição implica em uma série de limitações ao manejo da política monetária, a principal ferramenta para controle inflacionário, que alguns países sul-americanos não estão conseguindo executar.

A Argentina chegou a atingir uma inflação de 94,8% em 2022 e a Venezuela 332%. Logicamente demandam um tratamento monetário, além de geopolítico, muito distinto de um país como o Brasil.

A moeda, como principal mercadoria nas economias, carrega consigo todos os seus correspondentes em termos de tecnologia, nível de produtividade do trabalho, Estoque Bruto de Capital Fixo, estoques de divisas e até mesmo capacidade bélica, aspectos que inevitavelmente precisam de ser equalizados para que um acordo de moeda única seja realizado.

Em eventual integração, a construção seria voltada em especial para negociações comerciais entre os países e não como uma moeda de livre circulação entre a população. A ideia de uma moeda única é gerar confiança entre os países e atenuar os efeitos de desvalorização ao se converterem as moedas locais em dólar para transações entre os países sul americanos, alternativa pertinente em regiões onde há uma intensidade de trocas comerciais.

Nesse sentido, a pergunta central é se as empresas brasileiras e sul americanas teriam condições de levar o uso dessa moeda adiante, visto que quando pensamos em América latina está implícita a necessidade de importação de bens de produção, tornando o dólar um meio de pagamento incontornável.

Uma iniciativa da Associação Latino Americana de Integração (ALADI) que caminha nessa direção é o Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos (CCR), um sistema em que os bancos centrais integrantes realizam compensações quadrimestrais e oferecem garantias recíprocas de conversibilidade em dólar americano, transferibilidade e reembolso referente ao comércio de bens e serviços. O sistema evidenciou as disparidades mencionadas no calote dado pela Venezuela e a própria saída do Brasil em 2019.

Já o Sistema Unificado de Compensação Regional (SUCRE) é um exemplo de integração mais homogênea, já que os países membros, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Cuba e Equador enfrentam situações semelhantes de embargo econômico e restrições a importação, portanto se alinham no interesse em uma moeda alternativa ao dólar americano.

Em suma, antes do estabelecimento de um acordo de moeda única, é necessário que a política externa brasileira seja conduzida de forma coerente com as suas necessidades econômicas internas, pois na conjuntura atual os riscos inflacionários, fiscais e entraves na condução da taxa de juros são maiores do que os ganhos para a economia brasileira.

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