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Dívida de 200 bilhões do governo, nós pagaremos a conta

30 de janeiro de 2024

No ano passado, o Brasil enfrentou um desafio econômico considerável: um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, o maior desde 2020, representando 2,1% do PIB. Esses números, revelados pela Secretaria do Tesouro Nacional, vão além de simples estatísticas em um documento. Eles são um sinal de alerta para a saúde financeira do nosso país, especialmente em um momento global marcado por incertezas e desafios domésticos significativos.

Entender a seriedade dessa situação exige uma análise mais profunda dos fatores que nos levaram a esse ponto. Por um lado, assistimos a uma redução de 2% nas receitas do governo, enquanto, por outro, as despesas aumentaram em notáveis 12,5%. Esse desequilíbrio financeiro reflete um ambiente econômico adverso e, infelizmente, algumas escolhas políticas e administrativas questionáveis. A situação se torna ainda mais preocupante ao percebermos que este déficit é o segundo maior desde 1997, sinalizando que os problemas financeiros do país não são apenas persistentes, mas estão se intensificando.

O que mais me preocupa é a aparente indiferença do governo atual frente a essa realidade. Existe uma tendência em aumentar os gastos públicos sem uma estratégia clara de financiamento, potencialmente desencadeando um ciclo de endividamento e fragilidade fiscal. Essa abordagem negligencia os princípios de responsabilidade fiscal e ameaça a estabilidade econômica do país a longo prazo.

Lembrar que o déficit público afeta diretamente a classificação de crédito de um país é fundamental. Recentemente, a Fitch Ratings melhorou a nota do Brasil de BB- para BB, um avanço que reflete uma certa confiança na nossa economia. Contudo, ainda estamos longe de atingir o grau de investimento, essencial para atrair mais investimentos estrangeiros e melhorar as condições de financiamento do país. Segundo a Fitch, um passo crucial para o Brasil melhorar sua avaliação é controlar efetivamente seu déficit.

Diante disso, torna-se crucial que o Brasil adote medidas para organizar suas finanças públicas. Olhando para trás, vemos que países como a Nova Zelândia nos anos 90 e o Canadá no final dos anos 80 e início dos 90 conseguiram reverter cenários de déficits elevados. Eles alcançaram isso por meio de uma combinação de cortes de gastos, reformas estruturais e fortalecimento das instituições fiscais. Esses casos não são apenas teorias; são lições práticas da importância do equilíbrio fiscal para a saúde econômica de uma nação.

A transparência e responsabilidade na gestão fiscal também são vitais para reconstruir a confiança dos investidores e do público. Isso implica não apenas em medidas de austeridade, mas também na implementação de reformas que fomentem um crescimento econômico sustentável.

Para atrair investimentos estrangeiros de forma sustentável, o Brasil precisa mostrar compromisso com uma gestão fiscal responsável. Isso envolve mais do que cortes indiscriminados de gastos; significa gerir os recursos públicos de forma eficiente, dando prioridade a investimentos com retorno econômico e social significativo.

Em resumo, o déficit primário brasileiro de 2023 é um claro sinal de alerta. A situação demanda uma resposta rápida e eficaz do governo, com políticas focadas não só no equilíbrio fiscal, mas também no desenvolvimento econômico sustentável e inclusivo. A história nos ensina que a recuperação fiscal é possível, mas exige disciplina, visão estratégica e um compromisso firme com o futuro do nosso país.

PMB oficiliza Cristina Graeml como pré-candidata a Prefeitura de Curitiba

26 de janeiro de 2024

O Partido da Mulher Brasileira (PMB) – em processo de mudança de nome para “Por Mais Brasil” – lançou o nome da jornalista Cristina Graeml como pré-candidata na disputa pela Prefeitura de Curitiba. Nas palavras do partido a decisão se dá pelo entendimento que nenhum nome falado até o momento corresponde as necessidades de um eleitorado “de direita e conservador”. O partido tem interesse em votos do campo da direita e centro-direita.

Cristina atua como colunista de opinião. Atualmente, Deltan Dallagnol (NOVO), Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB) são alguns dos nomes vinculados a disputa pela Prefeitura de Curitiba.

Deltan será candidato a prefeito?

22 de janeiro de 2024

Parte do mundo político de Curitiba e do Paraná ficou perplexa com o anúncio da pré-candidatura de Deltan Dalagnol à prefeitura da cidade. Esta manobra é surpreendente, especialmente considerando que Dalagnol havia minimizado tal possibilidade durante seu mandato como deputado federal. Pesa ainda o fato de sua pré-candidatura surgir após a perda desse mandato, um evento que muitos acreditavam tê-lo tornado inelegível.

Análise Jurídica: O Caminho Incerto de Dalagnol

Conforme reportagem de Ivan Santos, de outubro de 2023, a situação jurídica de Dalagnol não é tão preta no branco. A informação obtida por ele junto à corte eleitoral apresenta o seguinte:

“O ex-procurador não teve o mandato cassado, mas apenas o registro de candidatura indeferido. Ele pode requerer registro na próxima eleição e será analisado novamente, podendo ser aceito ou não.”

Numa leitura rápida, podemos ser levados a crer que o campo eleitoral estaria plenamente aberto para Deltan, mas é importante termos o foco no local certo: a aceitação ou não de um pedido de registro de candidatura. Ou seja, o que parece é que o tribunal não quis se comprometer com um tema que ainda pode ser analisado.

Entretanto, fontes do mesmo tribunal e também do mundo jurídico de Curitiba e Brasília garantem que a inelegibilidade de Deltan – pela forma como saiu do Ministério Público Federal (a decisão do TSE, baseada na Lei da Ficha Limpa, estabelece inelegibilidade por 8 anos) – vale para o pleito de 2022 (quando concorreu a deputado federal e foi eleito), para o pleito de 2024 (onde foi colocado como pré-candidato a prefeito) e para o pleito de 2026, quando alguns projetam que poderia se candidatar ao Senado. A controvérsia, segundo essas mesmas fontes, é se ele estaria elegível em 2029 ou em 2031, a depender de como seria computado o prazo de suas restrições (data da decisão ou data do fato).

Estratégia Política: O Que Está em Jogo para Dalagnol

Considerando seu conhecimento jurídico, Dalagnol deve estar ciente de que suas chances de elegibilidade são limitadas. Isso levanta questões sobre suas intenções:

– Por que manter seu nome em jogo?

– Será uma manobra para permanecer relevante no debate político?

– Uma estratégia para impulsionar candidaturas de seu partido?

– Ou, talvez, uma tática ao estilo Lula 2018, mantendo uma pré-candidatura até um substituto sem restrições ser apresentado?

Lavajatistas Divididos?

Outra questão importante é a possível divisão dentro do grupo dos lavajatistas. Movimentos ao redor do Senador Sergio Moro indicam uma potencial candidatura de Rosangela Moro ao Palácio 29 de Março. Como isso afetará a dinâmica interna do grupo e suas estratégias eleitorais?

O Papel da Justiça Eleitoral e a Voz do Eleitor

É crucial que a justiça eleitoral ofereça definições rápidas e claras para evitar confusões e garantir que os eleitores tenham uma compreensão correta dos candidatos e de suas elegibilidades. Os eleitores não devem ter seu voto desperdiçado ou ignorado.

A realidade se impõe

Como observador e crítico discordo da extensão interpretativa dada por aquela corte, a qual retirou Deltan de seu mandato, contudo só posso dizer: o TSE tem razões as quais nossa vã filosofia desconhece. No fim das contas, a realidade é que Deltan não conta com a simpatia dos ministros da corte eleitoral e o precedente da decisão anterior joga contra ele. E, como bem sabemos, a realidade tem a mania de sempre se impor.

Anajure alerta sobre questões de gênero e liberdade religiosa no Plano Nacional de Educação 2024-2034

19 de janeiro de 2024

O cenário educacional brasileiro está prestes a passar por uma transformação significativa com a formulação do Plano Nacional de Educação (PNE) para o período de 2024-2034. Neste contexto, a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) apresentou uma manifestação pública sobre o Documento Referência da Conferência Nacional de Educação, que serve de base para o PNE. A declaração da ANAJURE levanta pontos de discussão sobre aspectos do documento, com foco especial em questões de gênero e a preservação da liberdade religiosa nas escolas confessionais.

O Documento Referência, preparado para a CONAE 2024, propõe diretrizes para a próxima década de políticas educacionais no Brasil, abrangendo uma variedade de temas, desde qualidade educacional até sustentabilidade. A ANAJURE, em sua análise, destaca preocupações com a inclusão de abordagens relacionadas à ideologia de gênero e os impactos potenciais na liberdade religiosa nas escolas.

Um ponto de atenção levantado pela ANAJURE é o tratamento da laicidade do Estado no contexto educacional. A associação sugere que uma compreensão equilibrada da laicidade é fundamental para garantir que as escolas confessionais possam operar de acordo com suas crenças, respeitando ao mesmo tempo a diversidade de convicções religiosas.

Além de apontar essas questões, a ANAJURE também faz um apelo aos delegados da CONAE 2024 e aos representantes do Congresso Nacional para a consideração cuidadosa desses pontos no desenvolvimento do novo PNE. Eles expressam a intenção de participar da CONAE 2024 como observadores.

O documento da ANAJURE reflete um aspecto da discussão mais ampla no Brasil sobre como a educação pode e deve abordar temas de diversidade, inclusão e religião. O debate em torno do PNE para o período de 2024-2034 destaca a necessidade de equilibrar visões progressistas com o respeito às tradições culturais e religiosas do país.

Este debate é uma parte importante do processo democrático na formulação de políticas educacionais. À medida que a CONAE 2024 se aproxima, espera-se que as contribuições de várias partes interessadas, incluindo a ANAJURE, ajudem a moldar um plano que atenda às necessidades de uma sociedade diversificada. O resultado deste processo será crucial para definir o caminho da educação brasileira na próxima década.

Deputados propõem multas para usuários de drogas no Paraná

18 de janeiro de 2024

A recente adoção de leis em municípios como Araucária e Balneário Camboriú, que impõem multas a indivíduos flagrados utilizando substâncias ilícitas em espaços públicos, tem reverberado em outras esferas do poder legislativo. Essa onda chegou à Câmara de Curitiba, desencadeando movimentos para a aprovação de uma proposta similar. Agora, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) considera um projeto de lei proposto pelos deputados Alexandre Curi (PSD) e Tito Barichello (UB), visando penalizar o uso de drogas em locais públicos.

O projeto especifica que ruas, rodovias, calçadas, estacionamentos, praças, áreas verdes e praias são ambientes onde o consumo dessas substâncias acarretará multas. Se houver reincidência dentro de um ano, a multa será dobrada. O valor inicial da penalidade corresponderá a um salário mínimo. Com a eventual aprovação da lei, os recursos obtidos com as multas serão destinados ao Fundo Especial de Segurança Pública do Paraná (FUNESP).

Estados e Municípios deveriam ter mais autonomia para legislar

A discussão sobre o poder dos entes subnacionais, como estados e municípios, para estabelecer normas específicas, como a imposição de multas pelo uso de drogas em espaços públicos, revela uma interação complexa entre as legislações locais e federais.

Por um lado, especialistas argumentam que estados e municípios não devem invadir competências federais, especialmente porque a União já regulamenta substâncias ilícitas por meio de legislações específicas. Há uma preocupação em manter uma política de drogas uniforme e coerente em todo o país.

Por outro lado, defende-se a autonomia dos entes subnacionais, com base na necessidade de atender às especificidades e desafios locais. A argumentação apoia-se na premissa de que municípios e estados, mais próximos das realidades comunitárias, possuem uma maior capacidade de desenvolver abordagens efetivas e adequadas à sua realidade.

Dados do Ministério da Saúde e de organizações não governamentais indicam variações significativas no padrão de consumo de drogas entre diferentes regiões do Brasil. Isso poderia justificar uma legislação diferenciada. No entanto, o desafio é equilibrar a autonomia local com a necessidade de uma política nacional consistente sobre drogas, evitando conflitos legais e assegurando a proteção dos direitos individuais.

Essa discussão não apenas reflete as complexidades do federalismo brasileiro, mas também enfatiza a importância de políticas públicas que considerem as realidades sociais e culturais de cada comunidade.

Câmara de Curitiba pode retomar discussão sobre multa para usuários de drogas

16 de janeiro de 2024

Após a repercussão da aprovação, em Balneário Camboriú, de uma lei para multar pessoas que consomem substâncias ilícitas em espaços públicos, a Câmara de Curitiba pode retomar a discussão, em breve, para uma lei semelhante. 

A proposta é do vereador Tico Kuzma (PSD), atual líder do governo, para incluir na Lei 15.287/2018 a possibilidade de multar usuários de drogas. Segundo o vereador, essa é uma medida alternativa a uma possível descriminalização do porte de drogas para uso pessoal que está em votação no Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Kuzma, o também vereador Eder Borges (PP) anunciou que adotaria o tema como prioridade.

O julgamento está paralisado no momento, mas o placar (5×1) é favorável à descriminalização do porte para uso pessoal. Segundo o vereador, essa é uma medida alternativa para impedir o consumo livre de substâncias como a maconha.

Em Balneário Camboriú, a lei prevê multa de R$ 412 que pode dobrar em caso de reincidência. No Paraná, Araucária foi um município pioneiro aprovando a lei que vigora desde 2021.

Multas como ferramenta de combate ao uso de Drogas: Araucária e Balneário Camboriú buscam alternativas

15 de janeiro de 2024

A proposta de lei aprovada em Balneário Camboriú (SC) introduz multas para indivíduos flagrados consumindo substâncias ilícitas em espaços públicos, estabelecendo uma penalidade de R$ 412 como valor inicial, dobrado em caso de reincidência. Este movimento segue o exemplo pioneiro de Araucária, no Paraná, que implementou a Lei 3770/2021. Proposta pelo vereador Ricardo Teixeira (PSDB), esta legislação proíbe o uso dessas substâncias em locais públicos, com multas fixadas em R$ 500. Em caso de reincidência, a multa é dobrada.

Uma alternativa oferecida aos infratores é a possibilidade de prestar serviços comunitários, isentando-os do pagamento da multa. A fiscalização do cumprimento desta lei em Araucária está a cargo da Guarda Municipal, assegurando a observância das normas estabelecidas. Essas iniciativas em Balneário Camboriú e Araucária destacam a crescente atenção ao tema do consumo de drogas em locais públicos e as abordagens legislativas para seu controle.

Como vai o PSD para as eleições de 2024? Ratinho Jr detalha planos do partido

9 de janeiro de 2024

A terceira entrevista com dirigentes dos principais partidos atuantes no Paraná, é com o presidente estadual do Partido Social Democrata (PSD), o governador, Ratinho Jr. O PSD tem um plano ousado para 2024, lançar candidatos em todas as cidades do Paraná. O partido já tem presença nos 399 municípios e se organiza para montar uma chapa, ou compor em todos eles. Além disso, o PSD valoriza o “Metódo Paraná” e também diz que cada cidade tem suas demandas específicas para as próximas eleições.

1 – Quantas cidades do Paraná o seu partido está atualmente organizado? 

O PSD Paraná está constantemente avançando em seu compromisso com o crescimento, a diversidade e a igualdade de gênero. Com uma presença sólida em todos os 399 municípios do estado, o PSD está representado em 201 prefeituras paranaenses, o que equivale a mais de 50% dos municípios do estado, além de contar com 61 vice-prefeitos e 659 vereadores. O PSD Paraná também detém a maior representação na Assembleia Legislativa do estado, com 16 deputados estaduais, além de possuir 7 deputados federais.

No âmbito feminino, das 39 prefeitas eleitas, 20 são filiadas ao PSD, representando mais de 50% das prefeituras paranaenses comandadas por mulheres pessedistas. Além disso, existem 11 vice-prefeitas e 91 vereadoras. No ano de 2022, o PSD PR elegeu 2 deputadas federais e 2 deputadas estaduais. Atualmente, a família pessedista é composta por mais de 36.812 pessoas filiadas ao PSD no Paraná.

2 – Há um planejamento para lançar candidaturas em quantas dessas cidades?

Hoje o PSD está organizado nos 399 municípios do Paraná. Essa organização faz parte de um planejamento e é intenção do partido lançar candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores em todos os municípios do estado.

3 – Existe alguma meta estabelecida para a quantidade de vereadores e prefeitos que o partido pretende eleger?

Não é possível estabelecer uma meta, mas trabalhamos para ampliar o total de eleitos nos três cargos em disputa. 

4 – Nas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Região Metropolitana de Curitiba e Curitiba, o seu partido planeja ter candidatura própria ou buscará uma composição ou coligação?

As composições locais são sempre muito bem trabalhadas, pois cada município tem sua peculiaridade, mas estamos trabalhando para que o partido tenha candidatura própria na maioria dos municípios em que estamos organizados, em especial nesses de médio e grande porte. 

5- Qual é a avaliação que o seu partido faz do seu atual mandato de Governador? Acredita que terá um peso significativo nas eleições municipais de 2024?

Aqui é preciso separar um pouco, pois o Governo do Estado atua em todo o Paraná, buscando resolver os problemas e melhorando a vida de todos, independente desse ou daquele município ou partido que esteja à frente da gestão municipal. No PSD temos um método de trabalho que chamamos Método Paraná, que é trabalhar com eficiência, rapidez e qualidade para resolver os problemas tanto em âmbito municipal quanto estadual. Uma de nossas diretrizes é tirar obras do papel, é fazer com que importantes e necessárias obras não fiquem paradas. Isso gera gastos públicos e frustração da população. Acredito que todo o bom trabalho é por si só um exemplo, mas a eleição municipal depende de outros fatores, locais inclusive, e não se pode prever o peso que a atuação estadual terá ou terá.

6 – Qual é a avaliação que o seu partido faz do atual mandato do Presidente Lula? Acredita que ele terá um peso significativo nas eleições municipais de 2024?  E quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro? Acredita que ele terá um peso relevante nas eleições municipais de 2024?

Da mesma forma que a resposta anterior, é preciso separar o âmbito político do governamental. A figura do Presidente e líder de partido (atual ou “ex”) muitas vezes está distante da realidade municipal e sua “influência política” é muito difícil de ser medida com clareza. Qualquer opinião nesse sentido é mera conjectura.

8 – Como o seu partido percebe que a polarização política nacional pode afetar o desempenho das candidaturas nas eleições municipais de 2024?

A polarização tem vários aspectos, positivos e negativos, gosto de pensar no positivo, pois há mais pessoas se envolvendo com a política, querendo participar, entender e se posicionar. Isso faz uma democracia saudável e respeitamos o posicionamos de todos. Mas volto a reforçar que as eleições municipais têm variáveis muito locais e nem sempre podem ser preditas ou confirmadas. A polarização é uma delas. 

9 – Quais são as áreas ou temas prioritários em sua plataforma para as eleições municipais de 2024?

Na linha do nosso Método Paraná a intenção é que mais do que áreas, precisamos remodelar a forma de gestão no estado e nos municípios, pois se a máquina pública funcionar de forma eficiente, com qualidade e agilidade, todas as áreas serão positivamente afetadas.

Maria Victoria fala sobre o PP nas eleições municipais de 24

22 de dezembro de 2023

Continuamos a série de entrevistas com a direção dos partidos com atuação no Paraná. Dessa vez, Maria Victória fala sobre o papel do Progressistas (PP), um dos partidos da base do governador,  Ratinho Jr. O PP entende que o grande número de candidaturas que os muitos partidos da base vão gerar em 2024 pode afastar o governador dos palanques do partido, pelo menos no primeiro turno. Outra aposta do PP é que a polarização, que marcou as eleições de 2022, será menor em 2024. Isso porque, o partido entende que pautas mais próximas da população como a pavimentação de ruas e o investimento em saúde e educação serão mais importantes para o futuro das cidades.

1 – Quantas cidades do Paraná o seu partido está atualmente organizado?

MV – Hoje o Progressistas é uma das principais forças políticas do Paraná. Somos um partido consolidado com diretórios ou provisórias em 391 cidades (98% dos municípios paranaenses). Além disso, possuímos bancadas com 5 deputados federais, a maior do PP na Câmara, e 4 estaduais que trabalham de forma coordenada e alinhada.  

2 – Há um planejamento para lançar candidaturas em quantas dessas cidades?

MV – O partido pretende lançar candidatos próprios no maior número de cidades possível. Estamos em contato constante com nossas lideranças e pré-candidatos para construir chapas competitivas não só de prefeitos, mas também de vereadores. 

3 – Existe alguma meta estabelecida para a quantidade de vereadores e prefeitos que o partido pretende eleger?

MV – Não. Onde o PP disputar fará campanhas propositivas para debater as reais necessidades da população.

4 – Nas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Região Metropolitana de Curitiba e Curitiba, o seu partido planeja ter candidatura própria ou buscará uma composição ou coligação?

MV – A prioridade do partido, por decisão da executiva estadual, é ter candidatos próprios no maior número de cidades possível. 

5 – Qual é a avaliação que o seu partido faz do atual mandato do Governador do Paraná, Ratinho Junior? Acredita que ele terá um peso significativo nas eleições municipais de 2024?

MV – Integramos a base do Governador que vem fazendo uma gestão dinâmica, inovadora com ótimos resultados para a população. Índices traduzidos nas pesquisas de aprovação. É um dos governadores com melhor avaliação no Brasil. Em relação ao período eleitoral, na maioria das cidades, os partidos que formam a coligação de apoio ao governador terão candidatos adversários. Esses cenários podem dificultar a presença do apoio do governador, sobretudo no 1º turno. 

6 – Qual é a avaliação que o seu partido faz do atual mandato do Presidente Lula? Acredita que ele terá um peso significativo nas eleições municipais de 2024?

MV – O governo do Presidente Lula está no início e precisa mostrar mais resultados. Trabalhar em coordenação com o Congresso e os Estados é o caminho para isso. Em relação ao período eleitoral, o presidente Lula possui uma aliança (Federação) formada por um número menor de partidos, o que deve facilitar a sua participação nas disputas municipais. 

7 – E quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro? Acredita que ele terá um peso relevante nas eleições municipais de 2024?

MV – O ex-presidente teve uma votação expressiva aqui no Paraná em 2022. E uma parte significativa desse eleitorado é muito fiel ao ex-presidente. Ele deve ter um peso considerável nas eleições. 

8 – Como o seu partido percebe que a polarização política nacional pode afetar o desempenho das candidaturas nas eleições municipais de 2024?

MV – A polarização causará obviamente um impacto. Porém as eleições municipais são decididas pelas demandas locais, o asfalto na frente de casa, saúde, educação. Os anseios diários da população têm um peso maior do que a disputa nacional. 

9 – Quais são as áreas ou temas prioritários em sua plataforma para as eleições municipais de 2024?

O Progressistas é um partido municipalista que trabalha por mais investimentos nas cidades, saúde mais perto da população, melhoria no ambiente para negócios, educação inovadora e inclusiva, geração de empregos, agronegócio mais forte e uma segurança cada vez mais presente. Também seguimos uma Agenda Central, definida este ano com 11 pontos que são os nossos princípios: Respeito à Constituição Federal e Segurança Jurídica; Políticas Fiscais Equilibradas e Contra Aumento de Impostos; Investimentos e Valorização dos profissionais da Saúde e Educação; Liberdade Econômica e Direitos de Propriedade; Eficiência no Gasto Público e Gestão Profissional das Estatais; Investimento em Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável; Valorização do Turismo e Cultura Brasileira; Proteção Social e Inclusão: Valores Centrais para um Brasil Justo; Inovação, Flexibilidade Laboral e Política Externa; Liberdade Religiosa, Valorização da Família e da Vida e Segurança Pública, Combate às Drogas e à Corrupção.

Arilson Chiorato fala dos planos do PT para 2024

19 de dezembro de 2023

Nosso sistema político é fundamentalmente influenciado pelos partidos políticos, desempenhando um papel crucial na definição das estratégias eleitorais e na apresentação dos candidatos para que os eleitores possam fazer suas escolhas informadas. Na atualidade, é quase impossível competir em uma eleição sem ser filiado a um dos partidos políticos devidamente registrados e reconhecidos pelas autoridades da Justiça Eleitoral.

Com esse contexto em mente, elaboramos uma série de entrevistas com o objetivo de explorar as perspectivas e planos dos presidentes de diversos partidos políticos atuantes aqui no estado do Paraná. Essas conversas fornecerão insights valiosos sobre as direções e visões das diferentes legendas em nossa região.

Esta coluna inaugura uma série de entrevistas com os líderes dos principais partidos atuantes no estado do Paraná. Durante essas conversas, abordaremos seus planos, propostas e expectativas em relação às eleições que ocorrerão no ano de 2024. Além disso, investigaremos como essas legendas enxergam o atual panorama político nacional e de que forma isso pode influenciar o próximo pleito eleitoral.

Começamos esta série ouvindo o Partido dos Trabalhadores (PT). Entre outros destaques, o presidente estadual do Partido, Arilson Chiorato, comentou do interesse do PT em fazer uma base de prefeitos e vereadores no Paraná e que essa ‘força’ política e institucional será um dos motores do trabalho pela reeleição do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

Com a palavra, Arilson Chiorato

1 – Em quantas cidades do Paraná o seu partido se encontra organizado? 

AC – Hoje, o PT se encontra organizado em 350 cidades. São 312 diretórios e 38 comissões provisórias. A gente ainda tende a organizar o pleito eleitoral nos outros 49 municípios que existem.

2 – Há um planejamento para lançar candidaturas em quantas dessas cidades?

AC – O PT planeja lançar candidaturas o máximo possível. Claro que o PT faz uma discussão dentro de uma federação, que é composta pelo PV e pelo PcdoB, e também tem um debate com a frente progressista, junto com o PSB, com o PDT, com o PSOL e com a Rede do estado. Então nós vamos lutar para ter um espaço com candidaturas viáveis em que a gente tenha condições  de ganhar pelo PT, ou, aonde a gente não pode ganhar pelo PT, a gente componha com esses partidos.

3 – Existe alguma meta estabelecida para a quantidade de vereadores e prefeitos que o partido pretende eleger?

AC – Hoje o partido tem 135 vereadores, a nossa meta é chegar a 250. Temos 8 prefeituras, pretendemos chegar a 20 no estado.

4 – Nas cidades de Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Região Metropolitana de Curitiba e Curitiba, o seu partido planeja ter candidatura própria ou buscar uma composição ou coligação?

AC – Em todas elas a gente tem conversado com a frente progressista do estado. PT, PV, PCdoB, PSOL, Rede, PDT e PSB estão tentando organizar as eleições nessas cidades. Todos que têm ligação com o presidente Lula, que compõem esse campo, nós estamos conversando. Claro que eu acho que vamos ter candidaturas em várias dessas cidades citadas. Por exemplo, em Londrina com certeza, em Maringá com certeza, Guarapuava com certeza, em Foz do Iguaçu ainda está se discutindo, em Ponta Grossa, caso o deputado Aliel Machado do PV seja candidato, vamos apoiá-lo. Em Curitiba há um debate da frente, temos três pré-candidaturas: o deputado federal Zeca Dirceu, a deputada federal Carol Dartora e o Felipe Magal. São nomes, mas a gente também tem discutido a possibilidade de uma frente.

5 – Qual a avaliação que o seu partido faz do atual mandato de governador? Acredita que terá um peso significativo nas eleições de 2024?

AC – O governador sempre tem peso nas eleições. Mas acredito que não terá mais a força que teve no passado. O governo do Ratinho, de muito propaganda e marketing, está se decompondo. Com a venda da Copel, com o pedágio caro voltando, com a privatização da Sanepar, com o aumento de ICMS, acho que ele perde muita força no apoiamento eleitoral do ano que vem.

6 – Qual a avaliação que o seu partido faz do atual mandato do Presidente Lula? Acredita que ele terá peso significativo nas eleições municipais?

AC – Eu acho que o peso do Lula será aumentado. Os sinais de melhora da economia são grandes e o Lula vai estar com a aprovação melhorada. A gente teve redução da taxa de juros mais uma vez, a gente tem o PIB crescendo, o desemprego recuou, a inflação está sob controle, então as características econômicas pro ano que vem são boas. A gente pode ter, sim, um Lula com peso maior do que teve no passado. Esse é o nosso entendimento. Até porque o Lula retomou programas importantes: Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Farmácia Popular. Criou o programa Desenrola. Tudo isso vai fazer com que Lula seja forte nas eleições do ano que vem.

7 – E quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, acredita que terá um peso relevante nas eleições de 2024?

AC – Acredito que não. Acredito que até lá o Bolsonaro poderá estar preso, inclusive. Então acho que vai estar em um desgaste muito grande, muitas coisas estão sendo expostas sobre a conduta que ele teve no governo. E claro, as pessoas vão lembrar do tempo ruim que ele fez.

8 – E como seu partido percebe que a polarização política nacional pode afetar o desempenho das candidaturas nas eleições municipais de 2024?

AC – Na verdade, a polarização é dada. Inevitável. O que a gente tenta debater nas eleições municipais são os problemas das cidades. Eu acho que vamos ter um pouco menos de polarização do que a eleição nacional. É claro que ela vai encontrar esse campo para debate, mas mais nas cidades maiores. Nas cidades menores, a eleição é mais voltada para os problemas locais.

9 – Quais são as áreas ou temas prioritários em sua plataforma para as eleições municipais?

AC – O nosso debate é o resgate. Da saúde pública como prioridade, da educação gratuita e pública. Contra essas privatizações de empresas estratégicas, como de energia e saneamento. E claro, um pacto com o desenvolvimento sustentável, com o meio ambiente. Nós do PT, estamos organizando para que a gente debata as pessoas, o cuidado, a vida, esse é o nosso grande componente para as eleições. Esse ‘tripé’ entre o econômico, o social, o meio ambiente e a vida. Principalmente a vida. E valorização, obviamente, da ciência. 

10 – Por conta da sua atuação destacada na Assembleia Legislativa, existe a possibilidade de mudança de domicílio eleitoral para Curitiba? 

AC – Não, nessas eleições não. Eu tenho ajudado, como presidente estadual do partido, a discutir vários processos como um todo, eu tô participando das tratativas para as eleições em todo o Paraná, nos 399 municípios. Desde Curitiba, que é o maior, até Nova Aliança do Ivaí, que é o menor, eu tô conversando com nossos líderes como compor, como conduzir. Então a minha tarefa, agora, é tocar esse processo do PT. Ao me eleger Presidente do partido, eu tinha o partido organizado em duzentas e vinte e poucas cidades, apenas. Hoje a gente está em 350. É um mérito de uma gestão coletiva, obviamente. Agora eu quero dobrar o número de vereadores, como já coloquei, quero eleger mais prefeitos e ter uma grande força política institucionalizada com mandatos para a reeleição do Presidente Lula. Essa possibilidade de ir pra Curitiba, pode ser que no futuro aconteça. Mas pra essa eleição é muito difícil

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