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Os desafios da Reforma Tributária: o que esperar das novas regras

6 de agosto de 2024

Sem dúvidas, a reforma tributária é um dos temas mais desafiadores e importantes do cenário político e econômico atual. Isso porque a atual conjuntura tributária brasileira é marcada por uma alta carga de impostos, complexidade nas obrigações acessórias e uma distribuição de tributos entre União, estados e municípios que frequentemente gera conflitos e ineficiências. Logo, o sistema atual é tido como um obstáculo significativo para o ambiente de negócios, geração de empregos e crescimento econômico.

Cenário atual

O Brasil possui um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, com uma carga tributária que ultrapassa 33% do PIB. Atualmente, os impostos são divididos em diversas esferas e incluem tributos federais, estaduais e municipais. Profissionais liberais, como advogados, engenheiros e contadores, que atuam como pessoa jurídica no regime de lucro presumido, enfrentam uma carga tributária de 14,53%, considerando IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. A Câmara dos Deputados debateu exaustivamente o texto da reforma, que seguiu para o Senado após 22 dias de audiências públicas e 227 horas de reuniões com 408 expositores. Mesmo com diversas alterações, ainda existem dúvidas e distorções que precisam ser equilibradas pelos senadores para garantir a viabilidade econômica da reforma e evitar prejuízos a setores específicos ou atividades profissionais.

Equilíbrio federativo

Um dos grandes desafios da reforma é o equilíbrio federativo, garantindo que todos os estados sejam beneficiados de maneira justa. Alguns estados podem ganhar mais com a reforma devido a subsídios e incentivos maiores, como aqueles relacionados à Zona Franca de Manaus ou às montadoras automotivas. Para estados superavitários como o Paraná, que envia mais dinheiro para Brasília do que recebe de volta, é crucial que a reforma não prejudique as indústrias locais, especialmente as montadoras na região metropolitana de Curitiba e nos Campos Gerais.

Impacto nas profissões

Outro ponto crítico é evitar que a reforma inviabilize algumas profissões. Setores como o imobiliário, industrial e comercial estão preocupados com possíveis aumentos na carga tributária. Profissionais liberais como advogados, médicos, engenheiros e arquitetos podem ver seus impostos aumentarem significativamente. É importante lembrar que, na prática, esses profissionais repassam os custos dos impostos ao consumidor final, o que pode tornar serviços essenciais como saúde, moradia e justiça mais caros para a população.

Com a reforma, o governo federal estima que a nova alíquota do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será de 26,5%. Para profissionais liberais, haverá uma redução de 30%, resultando em uma alíquota total de 18,55% para IBS e CBS. Somando com IRPJ e CSLL (10,88%), a carga tributária efetiva será de 29,43%, quase o dobro da atual.Serviços prestados a pessoas jurídicas permitirão crédito dos tributos, mas serviços para pessoas físicas não, o que encarecerá esses serviços. Professores e profissionais de saúde terão uma alíquota reduzida em 60%, resultando em uma carga total de 21,48%. Representantes comerciais não têm direito à alíquota reduzida, ficando com uma carga de 37,38%.

Transparência e simplificação

Um dos méritos da reforma é a promessa de maior transparência no sistema tributário. Atualmente, é difícil para os contribuintes saberem exatamente quanto pagam em impostos. Com a reforma, espera-se que essa clareza aumente, permitindo uma cobrança mais eficaz dos políticos por parte da população. No entanto, a expectativa de que a reforma torne o cenário significativamente melhor é limitada pela necessidade de controle dos gastos públicos. Mesmo com uma arrecadação recorde, se o governo continuar gastando mal, a carga tributária não diminuirá.

A montanha de impostos

A reforma aborda a simplificação, mas não enfrenta a questão do custo da máquina pública. O brasileiro paga impostos sobre a renda (IR), sobre o consumo (através do novo IVA), sobre a propriedade (IPVA e IPTU) e até mesmo ao falecer. Essa carga tributária pesada não foi adequadamente enfrentada pela reforma, o que pode manter o Brasil na posição desconfortável de pagar impostos comparáveis aos de países de primeiro mundo, mas receber serviços de terceiro.

Portanto, é essencial que o Senado analise cuidadosamente o texto da reforma tributária, considerando os impactos econômicos e sociais de suas decisões. Uma reforma bem planejada tem o potencial de simplificar o sistema, promover justiça fiscal e impulsionar a economia. No entanto, sem ajustes cuidadosos e uma visão holística das necessidades do país, corremos o risco de perpetuar um sistema que continua a sobrecarregar os contribuintes e dificultar o desenvolvimento econômico.

Com isso em mente, a sociedade brasileira deve estar atenta e participar ativamente deste processo, exigindo transparência e responsabilidade dos legisladores para garantir que a reforma tributária realmente contribua para um Brasil mais justo e próspero.

Reviravolta deixa Araucária sem candidatura do PSD para Eleições 2024

1 de agosto de 2024

A corrida eleitoral em Araucária sofreu uma reviravolta inesperada. A vice-prefeita Hilda Lukalski, considerada até então a principal candidata do PSD para a prefeitura, foi retirada da disputa após um desacordo com o atual prefeito, Hissam Hussein Dehaini.Desde o início da pré-campanha, Hilda despontava como favorita, contando com o apoio de Hissam e de importantes líderes do PSD estadual. No entanto, Hissam desejava Ben Hur Custódio de Oliveira como vice em sua chapa, um apoio que, quando anunciado, foi direcionado não apenas a Hilda, mas ao “par” que ela formaria com Ben Hur.

A convenção do PSD, realizada em 27 de julho, trouxe uma surpresa além da esperada coligação com o Republicanos e União Brasil. O PSD decidiu abrir mão de indicar o candidato a prefeito e de participar da chapa majoritária, optando por apoiar uma dupla formada por dois integrantes do União Brasil.

Fontes afirmam que Hilda recusou a possibilidade de ter Ben Hur como vice-prefeito, o que irritou Hissam. Diante da postura de “ele ou eu” da vice-prefeita, o prefeito retirou seu apoio à candidatura de Hilda.Diante desse cenário, Hilda e Waldiclei Barboza, membros da comissão provisória do PSD em Araucária, pediram a anulação da convenção de 27 de julho.

No documento que obtivemos, eles criticam Ben Hur e outros membros do partido por agirem contra os interesses estratégicos do PSD, ao não lançar candidatura própria. Além disso, questionam a escolha de Claudio Bednarczuk como candidato a prefeito, alegando que ele não reside em Araucária.

Apesar das turbulências, Hissam mantém a confiança de que sua alta aprovação será suficiente para eleger seu escolhido. No entanto, é esperada uma intervenção da executiva estadual do partido, pois Araucária é um município estratégico para as eleições de 2026. Deixar a cidade nas mãos de outro grupo político sem sequer tentar disputar pode não ser a melhor escolha para o partido que atualmente governa o estado.

Paulo Martins será o vice de Eduardo Pimentel

25 de julho de 2024
paulo martins e eduardo pimentel
Paulo Martins foi escolhido como vice com Eduardo Pimentel (Foto: Divulgação)

Após uma série de idas e vindas, finalmente foi consolidado o acordo entre o PSD e o PL em Curitiba. Ficou definido que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro indicará o candidato a vice na chapa, sendo Paulo Martins o nome escolhido. Essa estratégia tem como propósito fortalecer a candidatura de Eduardo Pimentel junto ao eleitorado mais à direita.Algumas antipatias entre grupos foram superadas em prol de evitar o crescimento de candidatos mais alinhados com a centro-esquerda.

Frente Parlamentar adia reunião sobre fiscalização do pedágio para 13 de agosto

17 de julho de 2024

A Frente Parlamentar das Engenharias, Agronomia, Geociência, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável adiou para o dia 13 de agosto a reunião que discutirá as metodologias de contrato para fiscalização do novo pedágio do Paraná. Inicialmente marcada para 6 de agosto, a nova data visa estabelecer métodos eficientes para garantir o cumprimento das obras previstas no Programa de Exploração das Rodovias.

Atualmente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está analisando os últimos quatro lotes ainda não leiloados do novo pedágio. Apesar das pressões políticas nos bastidores, que tentam partidarizar o tema, a Frente Parlamentar tem tratado o novo pedágio de maneira técnica, buscando melhorias em relação aos contratos vigentes, em parceria com as principais instituições do setor produtivo.

No início deste mês, o Deputado Fabio Oliveira, presidente da Frente Parlamentar, apresentou uma plataforma digital que poderá servir como ferramenta de fiscalização do novo pedágio. A ideia é permitir uma interação direta com a população, possibilitando que cada motorista forneça informações em tempo real sobre a situação das rodovias.

Base de Ratinho Junior de olho no espaço do PP

16 de julho de 2024

Lideres de ao menos dois partidos procuraram o governo Ratinho Junior na semana passada e manifestaram interesse em rediscutir o espaço no governo estadual. O argumento é que o PP, liderado por Ricardo Barros, lançou candidatos próprios em cidades estratégicas do Estado. A postura, argumentam esses líderes, incomodou partidos que dão sustentação ao governo nas votações na Assembleia Legislativa. Esses caciques defendem um realinhamento a partir da fidelidade à atual gestão.

ACP organiza evento sobre Reforma Tributária

3 de julho de 2024

A Associação Comercial do Paraná (ACP) promoverá um evento para discutir a Reforma Tributária. O encontro acontecerá na terça-feira (09), às 19h, na sede da ACP, localizada na Rua XV de Novembro. Durante o evento, será lançado o Movimento Consciência Tributária – Perspectivas sobre a Reforma Tributária, com a presença de Tiago Carneiro, presidente da Associação Comercial de Pernambuco, Josiane Becker, doutora em Direito Tributário, e Carlos Luiz Strapasson, doutor em Direito.

Atualmente, a Reforma Tributária está em fase de regulamentação no Congresso Nacional. O primeiro relatório do Projeto de Lei Complementar está previsto para ser apresentado nesta quarta-feira (03). Esse projeto inicial aborda o funcionamento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), considerado o “coração” da proposta de reforma. Além disso, o governo anunciou nesta semana a intenção de zerar impostos sobre carnes.

Pedágio no Paraná poderá ter sistema de monitoramento pela população

1 de julho de 2024

Nesta segunda-feira (01), a Frente Parlamentar da Engenharia, Agronomia, Geociências e da Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável, da Assembleia Legislativa (Alep), se reuniu para discutir medidas que aumentem a transparência no processo de implementação do novo pedágio no Estado.

Durante a reunião, foi apresentado um projeto para criar um sistema de monitoramento digital dos pedágios. A ideia é permitir que os cidadãos acessem e também alimentem uma plataforma de informações sobre as estradas estaduais.

Fábio Oliveira, presidente da Frente Parlamentar, conduziu a reunião ao lado de Romanelli e Toninho Wandscheer. Participaram também entidades e organizações do setor produtivo do Estado, como Faciap, Ocepar, Crea, Fiep e Fetranspar. Atualmente, o pedágio no Paraná está na fase de implementação das primeiras concessões. Além disso, estão sendo preparados os leilões dos próximos lotes ainda não negociados.

Luiz Fernando Jamur será Coordenador de Campanha de Pimentel

27 de junho de 2024

O atual vice-prefeito e pré-candidato às eleições de 2024, Eduardo Pimentel, escolheu Luiz Fernando Jamur como coordenador-geral de sua campanha para a Prefeitura.

Jamur, que já foi cotado para ser o vice-prefeito, irá coordenar também o plano de governo. Acumular funções não é novidade para ele. Afinal, ele é o atual Secretário de Governo e acumula também a presidência do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC).

Além de ser o homem forte da gestão de Rafael Greca e principal elo com a Câmara de Vereadores, Jamur possui excelente relacionamento com os servidores, justamente por ser também um servidor de carreira.

Além do aspecto técnico, a consolidação de Jamur como coordenador-geral enfraquece parte dos aliados de Luciano Ducci. Os dois fizeram parte do mesmo grupo anteriormente.

Câmara de Araucária já produziu mais de 8 mil matérias na atual legislatura

27 de junho de 2024

A pouco mais de seis meses do fim da legislatura 2021-2024, a Câmara de Araucária soma 8.446 matérias legislativas produzidas. Dos vereadores eleitos no ano de 2020, Ricardo Teixeira, com 2 mil matérias feitas, é o líder. O segundo vereador que mais produziu foi Aparecido da Reciclagem, com 1330. Eduardo Castilhos, com 349 matérias produzidas, é o vereador com menor atividade no período.

Ricardo Teixeira, que liderou a produção, tem como destaque a lei que multa usuários de drogas. Araucária foi um dos municípios pioneiros na instituição dessa lei. A capital, Curitiba, também tem discutido a aplicação de uma lei semelhante na cidade. Em tempo, o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou, nesta semana, uma ação que descriminaliza o porte de maconha para consumo pessoal.

O poder das emoções no comportamento eleitoral: lições dos Filmes “Divertida Mente” 1 e 2

24 de junho de 2024

Os filmes “Divertida Mente” 1 e 2, ao explorarem o complexo mundo das emoções humanas, podem fornecer valiosas lições sobre o comportamento político e eleitoral. Diversas escolas de pensamento na ciência política e sociologia, como a Escola Sociológica, a Teoria da Escolha Racional, a Escola Institucional e a Escola Cultural, buscam explicar as motivações por trás das escolhas dos eleitores. No entanto, é na Escola Psicológica ou Escola de Michigan que encontramos um ponto de conexão mais direto com os filmes.

A Escola de Michigan argumenta que a identidade do eleitor é profundamente influenciada por emoções e paixões, que não só ajudam a formar a identidade do grupo a que pertencem, mas também servem de atalhos para orientar suas escolhas políticas. Em outras palavras, as emoções desempenham um papel crucial na forma como os eleitores se comportam e justificam suas decisões.

No contexto dos filmes “Divertida Mente” vemos a personagem Riley passando por uma série de mudanças emocionais à medida que cresce. No primeiro filme emoções como alegria, nojo, tristeza, raiva e medo dominam sua vida, enquanto no segundo filme novas emoções como ansiedade, inveja, nostalgia, vergonha e tédio entram em cena. Essas emoções são reflexos de experiências e desafios complexos que ela enfrenta.

No mundo político as emoções são frequentemente mobilizadas para influenciar o comportamento dos eleitores. Grupos políticos utilizam emoções como nojo e raiva para criar divisões e identificar inimigos comuns. O discurso “nós contra eles” é uma tática poderosa para galvanizar apoio e criar um senso de pertencimento.

O medo também é uma emoção comum nos discursos políticos, frequentemente utilizado para atemorizar eleitores sobre as consequências de uma vitória do oponente. Já a alegria é mobilizada para gerar esperança e otimismo, muitas vezes associada a promessas de um futuro melhor. A ansiedade, por sua vez, reflete o desejo dos eleitores de entender e controlar o futuro, sendo explorada em promessas políticas.

A inveja pode ser utilizada ao apontar desigualdades e prometer melhorias, atraindo eleitores que desejam o que outros têm. A vergonha, menos explorada explicitamente, aparece quando eleitores ocultam suas verdadeiras intenções até o momento de votar, situação descrita na teoria da espiral do silêncio.

O tédio, especialmente no contexto das redes sociais, representa um desafio para os partidos políticos que buscam engajar eleitores cada vez mais desconectados e apáticos. A nostalgia, embora menos presente devido à juventude da personagem no filme, é um fator relevante ao apelar para memórias idealizadas do passado.

Diversos autores reforçam, cientificamente, o uso das emoções na manipulação das massas. Serge Tchakotine, em seu livro “A Mistificação das Massas pela Propaganda Política”, demonstra como as emoções são utilizadas para influenciar e mobilizar grupos sociais em diferentes contextos políticos. Da mesma forma, o professor Antônio Lavareda, em “Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais”, discute a importância das emoções nas campanhas políticas e como elas são exploradas para conquistar e manter o apoio dos eleitores.

Por fim, uma lição importante dos filmes é a necessidade de encontrar o equilíbrio emocional. Emoções mal geridas podem levar a conflitos e crises, tanto na vida pessoal quanto na política. Portanto, compreender e utilizar as emoções de forma estratégica, em especial para candidatos e profissionais da política, é fundamental para construir um discurso político eficaz e engajar os eleitores de maneira significativa. Em resumo, “Divertida Mente” 1 e 2, para além de bons filmes de entretenimento, funcionam como excelentes metáforas sobre como as emoções moldam nossas vidas e decisões, inclusive no campo político. Compreender esse processo pode oferecer insights valiosos para quem trabalha com política e deseja entender melhor o comportamento eleitoral.

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