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Eleições 2024: como fica o tabuleiro político do Paraná e quem são as lideranças fortalecidas rumo a 2026

28 de outubro de 2024

As eleições municipais de 2024 no Paraná ultrapassaram a definição de novos prefeitos e vereadores e redefiniram as forças políticas estaduais. Algumas lideranças consolidaram sua base de apoio, enquanto outras viram sua influência diminuir. Este cenário não só antecipa novas alianças e desafios, mas também direciona o caminho para as eleições estaduais de 2026. Confira a seguir minha análise sobre quem avançou, diminuiu ou estagnou sua liderança política e as possíveis repercussões desses resultados.

Lideranças políticas já estão de olho nas eleições estaduais de 2026 (Fotos: Orlando Kissner | Alep/ Divulgação/ Roberto Dziura Jr
| AEN/ Zeca Ribeiro | Câmara dos Deputados)

Ratinho Jr., Alexandre Curi e os partidos que ganharam tração para 2026

Os prefeitos eleitos nos maiores colégios eleitorais se destacam pela possibilidade de implementar políticas públicas regionais de peso e de contribuir para a base dos líderes estaduais. Em especial, a necessidade de harmonizar com as diretrizes da reforma tributária será um ponto essencial para os próximos anos, exigindo dos prefeitos e vereadores habilidade em equilibrar finanças públicas e obter resultados concretos para suas regiões.

Com o final do segundo turno, o partido do governador Ratinho Jr., que já havia conquistado 40% das prefeituras do estado, avançou na sua representatividade com a vitória de Eduardo Pimentel, em Curitiba, e Tiago Amaral, em Londrina. A liderança do governador foi decisiva para a reorganização da campanha de Pimentel e consolidou sua influência na capital. O PSD agora é o partido com mais dirigentes municipais no estado.

Outro grande destaque foi o deputado Alexandre Curi, do PSD, que conseguiu expandir significativamente seu capital político. Agora presidente da Assembleia Legislativa, ele se consolidou como um dos articuladores mais fortes do estado, apoiado por uma rede de mais de 168 prefeitos e 600 vereadores que conseguiu eleger, fortalecendo sua base política. Soma-se a isso também o fato de ter assumido parte relevante da coordenação de campanha de Eduardo Pimentel no segundo turno. Esta articulação o coloca em uma posição de protagonismo para a possível candidatura ao governo estadual em 2026.

O ex-deputado Deltan Dallagnol, recém-filiado ao Partido Novo, surpreendeu ao revitalizar o partido e expandir sua presença no estado, apesar de enfrentar obstáculos após a cassação de seu mandato. Seu trabalho foi notável em cidades como Cascavel, onde o Novo elegeu o vice-prefeito e mesmo em Curitiba, onde o partido conquistou uma cadeira adicional na Câmara dos Vereadores. Esta nova liderança faz de Dallagnol uma peça influente no tabuleiro político do Paraná.

O fortalecimento de legendas como o Republicanos e o Podemos também marcou esta eleição. Sob a liderança de Marcelo Almeida e Denian Couto, esses partidos obtiveram avanços expressivos na capital e contribuíram decisivamente para o sucesso de Eduardo Pimentel, candidato apoiado pelo governador Ratinho Júnior. Este sucesso representa não só a consolidação da base aliada do governador, mas também uma aliança estratégica para as eleições de 2026.

Em termos de números, o Republicanos elegeu 16 prefeitos (um aumento de 170% em relação a 2020), 18 vices e 258 vereadores (um crescimento de 209% em relação a eleição municipal anterior).

O PL também avançou significativamente no estado, saltando de 31 para 52 prefeituras.

O PSOL, por sua vez, alcançou uma conquista inédita em Curitiba ao eleger sua primeira vereadora, a professora Angela. Essa vitória representa um marco para o partido, ainda em processo de expansão de sua base de apoio no Paraná.

Em Cascavel, o ex-prefeito Paranhos demonstrou habilidade política ao conseguir transferir seu apoio para o sucessor, evidenciando seu forte capital político local. Sua liderança foi fundamental para essa transição, uma conquista importante em um cenário de alta competitividade. Outros prefeitos não tiveram a mesma facilidade.

Ney Leprevost, Rafael Greca e os partidos que não avançaram no seu capital político

Quem saiu com um gosto amargo desta eleição foi o deputado Ney Leprevost que enfrentou uma perda significativa de capital político. Apontado como um dos favoritos para a prefeitura de Curitiba em ciclos eleitorais anteriores, ele não conseguiu traduzir esse apoio em resultados. Com a popularidade em baixa, Leprevost agora tem o desafio de reconquistar seu espaço e garantir sua reeleição como deputado estadual, ao passo que seu irmão também não obteve sucesso na tentativa de conquistar uma cadeira na Câmara de Curitiba.

Outro político cuja influência foi abalada é o senador Sérgio Moro. Apoios em diversas cidades resultaram em derrotas e, mesmo nas cidades em que saiu vitorioso como Ponta Grossa, a eleição dos prefeitos se deu mais pelo cenário do que por sua influência, o que deixou sua posição de força enfraquecida. Em Curitiba, a tentativa de fortalecer a chapa de Ney Leprevost com a participação de sua esposa como vice-candidata não surtiu efeito e terminou em bate-boca público nas redes sociais com Leprevost. Com aliados perdendo espaço em várias regiões, Moro terá um desafio significativo para reverter essa situação nos próximos anos.

O Partido dos Trabalhadores (PT), ao apoiar Luciano Ducci em Curitiba em vez de lançar um candidato próprio, sofreu uma perda de apoio e exposição. O desempenho limitado também se refletiu em outras cidades, como Guarapuava, onde o PT não conseguiu avançar devido a barreiras impostas por alianças locais. Esta estratégia restritiva expôs a dificuldade do PT em ampliar seu alcance no Paraná, uma realidade que afeta também outros partidos progressistas como o PSOL.

Tanto o PT quanto o PDT (Partido Democrático Trabalhista) poderiam ter alcançado resultados melhores, ao menos no que diz respeito à eleição de vereadores, se tivessem lançado candidatos próprios, como os nomes de Carol Dartora e Goura, respectivamente.

Para além da capital, PT e PDT tiveram uma drástica redução de espaço. O PT saiu de 8 para apenas 3 prefeituras, e o PDT diminuiu sua representatividade de 17 para 5.

O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, teve sua popularidade abalada por conflitos internos e desgaste com figuras da oposição. Esse contexto pode reduzir suas chances de protagonismo nas disputas estaduais de 2026, impactando o alcance de sua influência.

A situação dos Progressistas (PP)

Embora não tenha avançado, o Progressistas (PP) manteve sua posição de força no Paraná, elegendo 61 prefeitos e 51 vice-prefeitos em várias regiões do estado. Em Curitiba, a deputada Maria Victoria, filha do líder Ricardo Barros, demonstrou resiliência e capacidade de organização, ainda que com desempenho inferior em relação às eleições anteriores. No entanto, essa estabilidade fortalece o PP como uma das principais forças políticas do estado. Já Ricardo Barros pode enfrentar obstáculos na sua relação com o Palácio do Governo pelos embates que realizou em cidades onde o governador também tinha seu candidato.

Perspectivas para 2026

As eleições de 2024 reconfiguraram o panorama político municipal e criaram uma base para novos embates em 2026. Enquanto alguns grupos buscam reconquistar influência, outros, como o PSD e o Republicanos, saem fortalecidos e prontos para explorar o momento. Partidos tradicionais como o PT e o PDT vão precisar repensar suas estratégias de coalizão, já que o apoio a candidatos de centro se mostrou menos eficiente na ampliação de suas bases.

Os resultados das eleições em Curitiba e em outras cidades-chave do Paraná confirmam uma tendência conservadora que se fortaleceu no estado. Candidatos alinhados à direita obtiveram 65% dos votos na capital, enquanto os partidos de esquerda, incluindo o PT, conquistaram pouco mais de 20%. Esse cenário reflete um perfil político conservador, amplamente representado pela predominância do PSD e do PL nas administrações municipais.

A configuração atual sugere que as eleições de 2026 devem seguir essa inclinação, com os partidos conservadores possivelmente consolidando ainda mais seu espaço. O desafio para os partidos de esquerda será articular novas estratégias de penetração regional para reequilibrar essa balança, caso desejem aumentar sua relevância no estado.

Ratinho Junior renova força política e ganha em quase todas as principais cidades

7 de outubro de 2024

Os candidatos a prefeito apoiados pelo governador Ratinho Junior elegeram-se nas principais cidades do Paraná no pleito deste domingo (06). Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), na Capital ou no Interior do Estado, o apoio dele fez com que todas as apostas do Partido Social Democrático (PSD) fossem eleitas, além de outras siglas da base do governo.

Em Curitiba, Eduardo Pimentel ficou em primeiro lugar na disputa com 313 mil votos e 33,51% dos votos válidos, passando para o segundo turno contra Cristina Graeml.

Na RMC, a atual prefeita de São José dos Pinhais, Nina Singer (PSD), foi reeleita em primeiro turno, com 54,89% dos votos. A cidade era conhecida por não reeleger os chefes do Executivo municipal e passou a contar com a possibilidade de segundo turno nestas eleições. A entrada de Ratinho Junior na campanha foi decisiva para barrar Geraldo Mendes, apoiado por Sergio Moro.

Em Campo Largo, o atual prefeito Maurício Rivabem (PSD) foi reeleito com 42,82% dos votos válidos. Em Pinhais, Rosa Maria (PSD) foi reeleita com 67,94% dos votos. O ex-prefeito Marquinhos (PSD) venceu a disputa pela Prefeitura de Piraquara com 64,32% dos votos válidos. Em Colombo, Helder Lazarotto (PSD) foi reeleito com 73,45%.

Ainda na RMC, Marco Marcondes (PSD) foi reeleito prefeito de Fazenda Rio Grande com 79,85% dos votos. Loreno Tolardo (PSD), de Quatro Barras, foi reeleito com 57,20%. Em Almirante Tamandaré, Daniel Lovato (MDB), apoiado pelo PSD de Ratinho Junior, foi eleito com 60,89% dos votos.

No Oeste do Paraná, as duas maiores cidades da região elegeram candidatos apoiados por Ratinho Junior. Em Foz do Iguaçu, o ex-diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, General Silva e Luna (PL), foi eleito com 50,14% dos votos, com o PSD na vice. Em Cascavel, o atual vice-prefeito Renato Silva (PL) foi escolhido como chefe do Executivo municipal por 56,41% dos cascavelenses. Ele foi uma aposta de Ratinho Junior e do ex-prefeito Leonaldo Paranhos. Em Guaíra, na fronteira, também no Oeste, Gile (PSD) foi eleito com 62,35% dos votos.

No Noroeste, Marco Franzato (PSD) foi reeleito prefeito de Cianorte com 62,68% dos votos. Em Paranavaí, Maurício Gehlen (PSD) foi eleito com 66,64% dos votos válidos. No Sul, a prefeita de São Mateus do Sul, Fernanda Sardanha (PSD) foi reeleita com 71,35% dos votos. No Centro-Sul, Denilson Baitala (PL) foi eleito prefeito de Guarapuava, com 37,37%, numa união de forças contra o PT local, que ficou em segundo colocado. Em Campo Mourão, no Centro-Oeste, Douglas Fabrício (Cidadania), numa chapa com o PSD, foi eleito com 54,07%.

No Norte do Estado, a atual prefeita de Mandaguari Ivoneia Furtado (PSD) foi reeleita com 33,05% dos votos. Em Marumbi, Elaine Ferreira (PL), também apoiada pelo governador, foi eleita com 60,37%. Em Arapongas, Rafael Cita (PSD) foi eleito com 52,60%.

Ratinho Junior ainda emplacou o candidato mais votado em Londrina, no Norte do Paraná, segunda cidade mais populosa. Tiago Amaral (PSD) teve 42,69% dos votos, contra 23,64% da segunda cidade mais populosa. Tiago Amaral (PSD) teve 42,69% dos votos, contra 23,64% da segunda colocada. Haverá segundo turno na cidade.

Apenas em quatro cidades o apoio do governador não foi suficiente. Em Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSD) ficou no terceiro lugar com 21,07% dos votos. Mabel Canto (PSDB) e Elizabeth Schmidt (UNIÃO) passaram para o segundo turno, com Mabel Canto na liderança. Já em União da Vitória, em uma disputa apertada, Dr Ary (PSDB) foi eleito com 29,06% dos votos. Gabi Bakri (PSD) ficou em segundo com 27,87% dos votos válidos.

Em Paranaguá, Adriano Ramos do Republicanos foi eleito com uma votação expressiva de 72,30% dos votos válidos enquanto André Pioli do PSD terminou na segunda colocação com 23,41% dos votos. O Republicanos também venceu o PSD em Toledo, em uma votação apertada Mario Costenaro foi eleito com 46,03% dos votos válidos e Beto Luniti ficou em segundo com 45,22%.

Pesquisas eleitorais em Curitiba, dá para confiar?

2 de outubro de 2024

À medida que o dia 6 de outubro se aproxima, primeiro turno das eleições municipais, e a expectativa pelo pleito, surgem questionamentos sobre a credibilidade dos institutos de pesquisa envolvidos na divulgação dos dados. Diversas pesquisas têm sido divulgadas, mas a confiabilidade de algumas delas vem sendo contestada. A presença de institutos com histórico problemático e a falta de transparência em relação aos financiadores são fatores que levantam alertas.

A credibilidade das pesquisas em jogo

Com 11 pesquisas registradas entre os dias 16 e 30 de setembro, Curitiba vive um verdadeiro bombardeio de dados eleitorais. Embora esses levantamentos tenham o potencial de oferecer um panorama das intenções de voto, é crucial que o eleitor fique atento à origem dessas informações. Por exemplo, o Studio Pesquisa, um dos que divulgará pesquisas na reta final, enfrenta questionamentos da Justiça Eleitoral em outras cidades como Imbé, no Rio Grande do Sul. Esse tipo de histórico coloca em xeque a imparcialidade e a qualidade das pesquisas que serão divulgadas.

A pesquisa eleitoral do Instituto Veritá em Divinópolis foi questionada devido às preocupações quanto à falta de transparência sobre os bairros pesquisados e à ausência de uma Nota Fiscal, apesar de o próprio instituto ter arcado com o custo de R$ 23 mil. Além disso, o estatístico responsável pela pesquisa, Guilherme de Alvarenga Alves, está envolvido em uma controvérsia sobre uma pesquisa semelhante em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e enfrenta pedido de impugnação por alegações de irregularidades. A pesquisa aborda intenções de voto, rejeição de candidatos e avaliação de governos, mas sua credibilidade foi questionada justamente por esses fatores.

Outro ponto que merece atenção é a autocontratação de institutos, como é o caso da Atlas, que é a pagante de duas pesquisas em Curitiba. Embora essa prática não seja ilegal, ela levanta questões sobre a independência dos resultados, pois há um conflito de interesses quando o próprio instituto que realiza a pesquisa também paga por ela. Situações como essa podem distorcer a percepção pública e criar um cenário que favoreça determinados candidatos.

LEIA TAMBÉM O PERIGO DAS PESQUISAS ELEITORAIS SEM CREDIBILIDADE

Quem está por trás das pesquisas?

Saber quem contrata e financia as pesquisas é fundamental para entender o viés por trás dos números. Em Curitiba, veículos como Banda B, RPC, Editora Bem Paraná, TV Independência (Grupo RIC) e Jornal Plural são algumas das que financiaram pesquisas eleitorais nesta reta final. O envolvimento de veículos de comunicação no financiamento de pesquisas acrescenta uma camada adicional de credibilidade.

Além disso, quando consideramos que alguns desses levantamentos são pagos diretamente pelos institutos que os realizam, como é o caso da Atlas e do Studio Pesquisas, a transparência desses dados fica ainda mais nebulosa. Mesmo que seja prática comum, a autocontratação sempre levanta suspeitas de manipulação dos números em favor de quem está financiando o estudo.

O impacto das pesquisas no eleitorado

As pesquisas têm o poder de influenciar diretamente o comportamento do eleitor, especialmente quando divulgadas na reta final da campanha. O fenômeno conhecido como “efeito bandwagon”, em que os eleitores tendem a apoiar os candidatos que lideram as pesquisas, pode ser potencializado quando há uma enxurrada de dados. Em Curitiba esse risco é ainda maior, considerando que muitas pesquisas serão divulgadas simultaneamente entre os dias 4 e 5 de outubro, apenas um ou dois dias antes da eleição.

O impacto desse tipo de divulgação pode distorcer a corrida eleitoral e favorecer candidaturas que nem sempre representam a melhor escolha para o eleitorado. Além disso, quando consideramos a presença de institutos com histórico de problemas legais ou falta de transparência, é importante que o público analise com ceticismo os números apresentados.

Como o eleitor pode se proteger?

Em um cenário de tantas pesquisas e informações conflitantes, o eleitor curitibano deve adotar uma postura crítica e cautelosa. Aqui estão alguns pontos importantes para guiar essa análise:

1. Quem contrata: saber quem está por trás da pesquisa é fundamental. Empresas independentes tendem a gerar resultados mais confiáveis.

2. Metodologia: verificar o número de entrevistados e a margem de erro pode dar uma noção melhor da precisão dos resultados.

3. Histórico do instituto: empresas com históricos de problemas legais ou de falta de transparência devem ser encaradas com desconfiança.

4. Não se deixe influenciar apenas pelas pesquisas: embora elas sejam um termômetro importante, o eleitor precisa tomar suas decisões com base em um conjunto mais amplo de informações, como o histórico dos candidatos, suas propostas e debates públicos.

O que esperar do dia 6 de outubro?

Curitiba vive um cenário eleitoral competitivo, onde a influência das pesquisas será sentida até o último momento. No entanto, o eleitorado deve estar atento para não ser levado apenas pelos números divulgados, pois a credibilidade dos institutos e a transparência nos financiamentos das pesquisas são pontos cruciais que podem determinar se esses levantamentos são reflexos reais das intenções de voto ou meras tentativas de influenciar o resultado final.

Com Eduardo Pimentel (PSD) aparentemente consolidando sua vaga no segundo turno, a grande questão que fica é: quem será seu oponente? Luciano Ducci (PSB) aparece bem posicionado, mas com um terceiro lugar acirrado, surpresas podem acontecer. O que é certo é que o dia 6 de outubro será um momento de revelações e a capacidade do eleitor em filtrar as informações que receber até lá será fundamental para o futuro de Curitiba.

As próximas pesquisas.

O que está por vir?

  • Verita: registro em 26/09, divulgação em 2/10.
  • Studio Pesquisas: registro em 28/09, divulgação em 4/10.
  • Atlas 1: registro em 29/09, divulgação prevista para 5/10.
  • Veritas: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Prefab Future: Registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Cidades Participações: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Quaest: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • Oliveira Propaganda: registro em 29/09, divulgação em 5/10.
  • IRG: Registro em 29/09, divulgação em 5/10.

Eduardo Pimentel se consolida na liderança em Curitiba; disputa pela outra vaga do segundo turno segue aberta

18 de setembro de 2024

Se as eleições para prefeito de Curitiba fossem hoje, em que votaria? 26,1% dos entrevistados responderam espontaneamente o nome de Eduardo Pimentel, candidato do PSD. Já quando apresentados os nomes dos candidatos, Pimentel alcançou 35% das intenções. Os dados que comprovam que Eduardo Pimentel desponta como o favorito na corrida eleitoral curitibana são da pesquisa IRG – encomendada pela RIC Record TV – realizada entre os dias 13 e 17 de setembro. O crescimento nas últimas semanas reflete uma campanha, com bom tempo de TV, exposição em mídias digitais e mobilização nas ruas.

Mas um ponto crucial para entender esse avanço é a relação de Pimentel com Ratinho Júnior. O governador, também do PSD, tem atuado como um importante cabo eleitoral, especialmente considerando sua alta aprovação em Curitiba: 73,8% dos curitibanos aprovam sua gestão e essa popularidade pode ter um papel decisivo na definição do próximo prefeito da capital paranaense.

A popularidade de Ratinho Júnior não apenas solidifica o apoio de eleitores mais conservadores, mas também oferece um respaldo que pode atrair indecisos, crucial em um cenário ainda fluido. Em setembro, o número de indecisos caiu de 59,4% para 36,8%, e a consolidação do apoio ao candidato do PSD se beneficiou dessa mudança. Além disso, Pimentel tem procurado se posicionar como um sucessor natural de políticas públicas alinhadas com a gestão estadual, buscando capitalizar esse contexto favorável.

O foco agora se volta para os candidatos que tentam garantir uma vaga no segundo turno contra Pimentel, já que ali sim temos uma disputa acirrada. O pelotão que segue na corrida está repleto de figuras conhecidas da política local, cada uma com suas particularidades e desafios.

Luciano Ducci: crescimento moderado

Luciano Ducci (PSB), ex-prefeito de Curitiba, aparece em segundo lugar com 11,9% das intenções espontâneas de voto e com 17,5% na pesquisa estimulada. Apesar de estar em ascensão nas pesquisas, seu crescimento tem sido modesto. Ducci enfrenta o desafio de se diferenciar de Pimentel, especialmente em áreas onde ambos competem por eleitores de centro (um mais à direita e outro mais à esquerda). Seu tempo de TV e histórico como prefeito lhe dão uma base sólida, mas será necessário um esforço concentrado para diminuir a larga vantagem de Pimentel e garantir a passagem para o segundo turno.

Ducci busca reconectar-se com o eleitorado ao se apresentar como uma alternativa pragmática e experiente. No entanto, ele precisa atrair os indecisos e eleitores mais descontentes para reverter sua posição e consolidar uma presença mais forte até o dia da eleição, desidratar Roberto Requião parece uma via que tenta ser explorada.

Ney Leprevost: queda preocupante

Ney Leprevost (União Brasil), que já ocupou cargos importantes no cenário político paranaense, viu suas intenções de voto subirem ligeiramente para 7% no cenário espontâneo, no entanto, houve queda na pesquisa estimulada passado de 14,6% para 11%. Sua campanha, que inicialmente parecia promissora, não conseguiu capitalizar o tempo de exposição no horário eleitoral com a mesma eficácia de seus concorrentes. Com um tempo de TV relevante, mas sem conseguir converter isso em crescimento nas pesquisas, Leprevost precisa redesenhar suas estratégias para reverter essa tendência de queda.

Ele deve apostar em um esforço de última hora para reconquistar eleitores perdidos, focando principalmente em áreas onde sua atuação como deputado foi mais marcante. Não conseguir expandir suas intenções de votos nas próximas semanas pode significar o fim de sua competitividade no pleito.

Roberto Requião: a barreira da rejeição

Roberto Requião (MOBILIZA), um nome icônico na política paranaense, enfrenta sérios obstáculos para alavancar sua candidatura. Com 6,5% das intenções espontâneas de voto e 9,50% das intenções no cenário estimulado, Requião se encontra em uma posição delicada, agravada por seu alto índice de rejeição, que chega a 35%. Esse dado limita severamente sua capacidade de atrair novos eleitores, principalmente entre os mais jovens e aqueles que buscam uma renovação política.

Apesar de sua longa trajetória e experiência, Requião precisa de um grande movimento de mudança para sobreviver à disputa. Sua campanha, até o momento, não conseguiu gerar o impacto necessário para alterar o curso dos acontecimentos, tornando difícil sua passagem para o segundo turno. O não crescimento nas próximas semanas pode agravar ainda mais sua situação, já que seus eleitores podem optar pelo voto útil e migrar sua escolha para Ducci.

Cristina Graeml: crescimento modesto e nichado

Cristina Graeml (PMB), sem tempo de TV, tem focado sua campanha em plataformas digitais e em grupos de nicho, conseguindo subir para 4,6% nas intenções de voto espontâneas e 7% quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados. Embora seu crescimento seja limitado, ela tem demonstrado uma presença consistente no debate público, especialmente entre eleitores que se identificam com suas pautas conservadoras.

Graeml depende de estratégias digitais para ampliar sua base, algo que, até o momento, tem acontecido de maneira lenta. Para ela, o desafio será manter essa base e tentar roubar votos de candidatos mais consolidados, se apresentar como a “verdadeira” representante do eleitorado de direita tem sido o foco mais explorado.

Luizão Goulart: sem tempo de TV e crescimento estagnado

Com apenas 1,5% das intenções de voto espontâneas, Luizão Goulart (SOLIDARIEDADE), que já foi prefeito de Pinhais por dois mandatos consecutivos, sofre com a falta de exposição e a dificuldade de ampliar sua base eleitoral. Ainda que no cenário estimulado as intenções permaneçam em 3%, o fato é que sem tempo significativo de TV, sua campanha tem se mantido estável, mas sem grandes perspectivas de crescimento. Sua posição no cenário eleitoral é de baixa competitividade, e ele precisaria de uma virada dramática nas próximas semanas para se tornar uma figura relevante na disputa.

Panorama final: a caminhada para o segundo turno

O cenário eleitoral de Curitiba está cada vez mais polarizado em torno de Eduardo Pimentel, que se beneficia diretamente do apoio de Ratinho Júnior e de uma campanha robusta. Com uma liderança consolidada, sua prioridade é tentar garantir a vitória no primeiro turno, o que, embora difícil, não é impossível caso consiga ampliar ainda mais sua vantagem.

Enquanto isso, Luciano Ducci surge como o principal nome para disputar um segundo turno com Pimentel, mas precisa de um aumento nas próximas semanas. Ney Leprevost, que segue atrás de Ducci, precisa rever toda a estratégia de sua campanha para conseguir crescer o suficiente para chegar ao segundo turno, o que até o presente momento não parece que irá acontecer. Roberto Requião, por sua vez, enfrenta desafios profundos, com queda nas intenções de voto e altos índices de rejeição que limitam suas chances. Cristina Graeml e Luizão Goulart, com campanhas focadas em nichos específicos, lutam para ganhar tração, mas suas perspectivas permanecem limitadas. Com o passar dos dias e o horário eleitoral em pleno andamento, a dinâmica da campanha ainda pode mudar, mas os próximos movimentos estratégicos dos candidatos definirão se haverá ou não uma disputa de segundo turno e quem terá a oportunidade de confrontar Pimentel no último embate.

Metodologia

A pesquisa da IRG Pesquisa contratada pela RICtv Record entrevistou 800 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de setembro. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-09090/2024.

A margem de erro da pesquisa é de 3,47 pontos percentuais para mais ou para menos e tem grau de confiança de 95%.

Promessas eleitorais x ações parlamentares: o verdadeiro compromisso dos candidatos com a saúde de Curitiba

12 de setembro de 2024

A saúde pública é um dos temas mais sensíveis para os eleitores, pois sem acesso a serviços de qualidade, outras áreas da vida, como educação e trabalho, ficam comprometidas. Sabendo disso, neste período eleitoral, os candidatos à prefeitura de Curitiba não poupam promessas para conquistar o eleitorado e transformar o setor, mas será que essas propostas são coerentes com suas atuações como deputados? Para responder a essa pergunta, analisamos as emendas parlamentares destinadas à saúde de Curitiba no relatório recém divulgado pela Opportuna Consilio e comparamos o que cada candidato promete. O resultado revela um interessante contraste entre discurso e prática, que o eleitor deve conhecer antes de decidir seu voto.

Antes, alguns dados sobre a saúde curitibana

  • Em Curitiba, as principais causas de morte entre os centenários são: Doenças do aparelho circulatório (32,7%), Doenças do aparelho respiratório (21,3%), Doenças do sistema nervoso (12%), Neoplasias (7,2%), Causas externas (6,8%).
  • A cidade enfrentou um surto de hepatite A, com 366 casos e 5 mortes.
  • Em maio de 2024, Curitiba tinha 208 mil pacientes na fila de espera para procedimentos, exames e consultas, sendo 144 mil apenas para consultas especializadas.
  • Em 2023, o orçamento para a saúde de Curitiba foi de R$ 2,9 bilhões.
  • No ano passado, nas nove unidades de pronto atendimento (UPAs), o número de consultas foi de 1.263.855 (3.463/dia); 3.239.775 procedimentos médicos e de enfermagem (8.876/dia); e 12.880 procedimentos odontológicos (35/dia). No Laboratório Municipal, a produção foi de 7.430.342 exames. Na Central Saúde Já, foram 966.200 os atendimentos desde 2020.
  • O município de Curitiba tem 70 hospitais, sendo 24 credenciados SUS, 3 públicos e 3 universitários.
  • A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) fechou o ano com 10.269 profissionais, e a rede conveniada, com 32.370 funcionários.

Diante deste cenário, confira abaixo o que propõem os candidatos à prefeitura de Curitiba que foram mencionados no relatório.

Eduardo Pimentel (PSD) / Paulo Martins (PL)

Promessas: Eduardo Pimentel propõe a ampliação da rede de saúde em Curitiba com a implantação de duas novas UPAs e seis novas Unidades Básicas de Saúde. Ele também destaca a reconstrução do Hospital do Bairro Novo.. Além disso, promete ampliar o atendimento ao autismo com um novo Centro de Atenção ao Autismo e criar um Centro de Apoio de Diagnóstico por Imagem para exames avançados. Na área de saúde mental, ele propõe a criação de dois novos CAPS e a requalificação da rede já existente. Pimentel também quer ampliar os procedimentos odontológicos e aumentar as equipes multiprofissionais da Atenção Primária.

O que as emendas dizem: Embora Paulo Eduardo Martins seja candidato a vice-prefeito, suas ações parlamentares refletem compromisso com a saúde pública, especialmente durante a pandemia onde foi o parlamentar com o maior volume de repasses, totalizando mais de R$ 3,9 milhões em 2020 e 2021. Esses repasses foram essenciais para o sistema de saúde de Curitiba durante um dos momentos mais críticos da saúde pública. Ele não concentrou os repasses em 2023, o que o diferencia de outros candidatos em termos de uso eleitoral das emendas​.

Luciano Ducci (PSB) / Goura (PDT)

Promessas: Luciano Ducci defende o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, a revitalização do Programa Mãe Curitibana e a ampliação do cuidado com o envelhecimento da população. Ele também promete retomar a vigilância contra a dengue e melhorar o atendimento da saúde da mulher e da criança.

O que as emendas dizem: Luciano Ducci, que é deputado federal, apresentou certa regularidade nos repasses ao longo de seu mandato. No entanto, cerca de 77% de seus repasses para a saúde de Curitiba foram feitos entre 2023 e 2024, totalizando R$ 1,799 milhão em 2023 e R$ 1,2 milhão em 2024. Embora isso possa ser visto como um esforço para fortalecer sua candidatura, ele ainda está atrás de outros parlamentares em termos de volume total de repasses​.

Ney Leprevost (União Brasil) / Rosangela Moro (União Brasil)

Promessas: Ney Leprevost apresenta diversas ações para melhorar a saúde em Curitiba, como a criação do PAI (Pronto Atendimento Infantil), mais atenção ao TEA (Transtorno do Espectro Autista), e a redução da fila de espera para consultas e exames. Ele também promete a ampliação de leitos psiquiátricos e a valorização da saúde mental dos servidores.

O que as emendas dizem: entre 2019 e 2022, Leprevost não fez repasses significativos para a saúde pública de Curitiba. No entanto, em 2023, ano pré-eleitoral, ele destinou R$ 8,1 milhões para a saúde, o maior valor entre os parlamentares mencionados. Essa concentração de repasses exclusivamente em 2023 sugere uma possível motivação eleitoral.

Roberto Requião (Mobiliza)  / Marcelo Henrique Paula Pinto (Mobiliza)

Promessas: Roberto Requião propõe uma série de ações focadas na modernização da Secretaria Municipal de Saúde, aumento da capacidade de atendimento, valorização de profissionais e eliminação da terceirização na área da saúde. Ele destaca a importância de criar novos postos de saúde, aumentar a oferta de medicamentos e melhorar o atendimento preventivo, além de fortalecer o programa médico da família e enfrentar surtos e epidemias. Sua plataforma também inclui a ampliação dos serviços de saúde mental e uma abordagem mais integrada da saúde pública, visando uma gestão moderna e inclusiva.

O que as emendas dizem: de acordo com o relatório de repasses do Fundo Nacional de Saúde, Requião teve uma atuação bastante modesta no que se refere à destinação de emendas parlamentares para a saúde de Curitiba entre 2019 e 2024. No período analisado, ele destinou apenas R$ 400 mil em 2019, sem outros repasses nos anos subsequentes​. Embora Requião tenha um discurso forte voltado à modernização e ampliação dos serviços de saúde em Curitiba, sua atuação parlamentar recente não reflete esse comprometimento em termos de repasses. O único feito em 2019 é insuficiente para apoiar de forma significativa as grandes reformas que ele propõe, especialmente considerando a necessidade de ampliação de postos de saúde, valorização de profissionais e combate a epidemias, como ele sugere em sua campanha.

Luizão Goulart (Solidariedade) / Thiago Chico (Solidariedade)

Promessas: Luizão Goulart quer aumentar o número de profissionais de saúde, modernizar processos com o uso de tecnologia, potencializar a alimentação saudável, promover as terapias integrativas e ampliar o atendimento especializado em saúde mental e prevenção. Ele também destaca a necessidade de mais ações de prevenção e modernização das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e UPAs,  a implementação do Piso Nacional da Enfermagem, além da construção do Hospital da Região Norte.

O que as emendas dizem: Luizão Goulart demonstrou maior regularidade em seus repasses para a saúde ao longo do mandato. Seus repasses somaram uma média anual de R$ 1,5 milhão, com um pico em 2023, quando destinou R$ 3,5 milhões para a saúde de Curitiba. Essa regularidade pode ser vista como um compromisso mais consistente, embora o aumento significativo em 2023 também possa estar relacionado à sua candidatura.

Maria Victoria (PP) /  Walter Antonio Petruzziello (PP)

Promessas: Maria Victoria pretende criar Complexo Neurossensorial “Casa do Autista”, o programa “Saúde sem Fila” para zerar a fila de espera por consultas em até 180 dias, a construção de novas Unidades Básicas de Saúde, a expansão da telemedicina e a criação de um centro de referência em saúde mental. Além disso, ela propõe a redução do ISS para serviços de saúde no município, como forma de incentivar a ampliação e a qualidade dos prestadores de serviço na cidade.

O que as emendas dizem: Maria Victoria é filha de Ricardo Barros que é deputado federal pelo PP e tem uma longa trajetória política, tendo sido também ministro da Saúde. No entanto, seus repasses de emendas parlamentares para a saúde de Curitiba nos últimos anos foram relativamente modestos, especialmente quando comparados a outros parlamentares envolvidos nas eleições municipais. Entre 2019 e 2024, Ricardo Barros destinou verbas de forma esparsa para a saúde de Curitiba, com um pico de R$ 859.220,00 em 2022 e um empenho de R$ 800 mil em 2023, que ainda não foi pago. Esses valores colocam Barros em uma posição abaixo de candidatos como Ney Leprevost e Luciano Ducci, tanto em termos de volume quanto de regularidade nos repasses.

Moraes notifica Pacheco sobre decisão que torna Moro réu no STF: entenda o caso

11 de setembro de 2024

Nesta terça-feira (10.set.2024), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recebeu oficialmente um comunicado do Supremo Tribunal Federal (STF) informando a decisão que torna o senador Sergio Moro (União-PR) réu no processo de calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. A decisão, tomada pela 1ª Turma do STF, marca um novo capítulo para o ex-juiz da Lava Jato, que agora enfrenta um processo judicial no próprio Supremo.

O caso Sergio Moro: por que o senador virou réu?

A origem do processo remonta a um vídeo que repercutiu amplamente no primeiro semestre do ano passado. Nas imagens, Sergio Moro, em um tom descontraído, sugere que o ministro Gilmar Mendes “vende decisões jurídicas”, insinuando que Mendes teria envolvimento em atos de corrupção. A acusação foi considerada caluniosa pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, a partir daí, começou a tramitar o processo que, agora, coloca Moro na condição de réu.

Embora o vídeo tenha sido gravado antes de Moro assumir seu cargo no Senado, a 1ª Turma do STF decidiu que, devido à notoriedade do conteúdo enquanto o senador já estava em exercício de seu mandato, o julgamento caberia ao Supremo Tribunal Federal.

A decisão e seus desdobramentos

A comunicação de Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente da 1ª Turma, seguiu os trâmites habituais, mas veio em um momento de grande repercussão política. Coincidentemente ou não, a notificação ocorreu logo em seguida à Sergio Moro anunciar publicamente que continuaria utilizando seu perfil na rede social X (antigo Twitter), mesmo após o bloqueio da plataforma, determinado pelo próprio Moraes. Segundo Moro, as publicações serão feitas por “um amigo dos EUA”, em clara referência à sua intenção de contornar a decisão judicial.

Com a formalização do acórdão, datado de 9 de setembro, abre-se o prazo para que a defesa de Sergio Moro apresente recurso, etapa no processo que poderá impactar diretamente o futuro político do senador.

A notificação oficial chegou ao Senado e também será parte importante nos desdobramentos futuros. Se houver evolução no processo, como uma condenação ou a solicitação de afastamento de Moro, caberá à Casa Legislativa tomar decisões que podem envolver a manutenção ou a suspensão de suas prerrogativas parlamentares.

O desenrolar desse caso deve seguir em evidência nos próximos meses, com impactos não apenas para Sergio Moro, mas para o equilíbrio de forças entre o Judiciário e o Legislativo.

Mercado imobiliário pode ser impactado fortemente pela Reforma Tributária: entenda as consequências

29 de agosto de 2024

A recente aprovação da proposta de Reforma Tributária pela Câmara dos Deputados tem gerado intensos debates e preocupações no setor imobiliário. Incorporadores e governo se encontram em lados opostos sobre os possíveis impactos dessas mudanças na economia e na vida dos brasileiros. De um lado, os empresários alertam para o aumento de custos e o efeito cascata nos preços das moradias; de outro, o governo defende que a reforma busca simplificação e justiça tributária, sem provocar aumentos significativos nos custos finais.

Mas de fato, o que muda para o setor imobiliário com a Reforma Tributária?

Entre as principais alterações propostas, está o aumento da alíquota efetiva de imposto para empresas que vendem imóveis, que passará a incluir um Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). Atualmente, a carga tributária média sobre o lucro dessas transações é de cerca de 8%, considerando o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que varia de 2% a 3% dependendo da localidade, totalizando, em média, 11%. Com a reforma, essa alíquota pode subir para 15,9%, e somado ao ITBI, pode gerar uma carga final de 18,9%, o que representa quase o dobro da carga atual.

Empresários e representantes do setor, como a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), argumentam que essa elevação na carga tributária resultará em um aumento de custos que será repassado ao consumidor final, que enfrenta preços mais altos na hora de comprar ou alugar um imóvel.

Impactos na construção civil e no preço das moradias

A construção civil é um dos setores mais sensíveis às mudanças na política tributária. Com o aumento da carga tributária, a tendência é que os custos de construção subam, o que pode reduzir a disponibilidade de novas moradias no mercado e aumentar os preços dos imóveis. A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) alerta que o aumento na tributação dos imóveis pode levar a uma redução dos investimentos e ao desestímulo de novos projetos, afetando diretamente o mercado de trabalho e a economia.

A projeção de aumento de custos é significativa: para imóveis de até R$ 240 mil, a tributação pode passar de 6,41% para 7,4%. Em imóveis de R$ 500 mil, o aumento seria de 8% para 10,6%, e para imóveis de R$ 1 milhão, de 8,11% para 12%. Nos imóveis de R$ 2 milhões, a alíquota pode subir de 8% para 12,3%. Além disso, a carga tributária para loteamentos pode aumentar até 226%, e para locação de imóveis, cerca de 11%.

O que podemos esperar

A proposta de Reforma Tributária ainda está em tramitação no Senado, e as negociações continuam. A expectativa é que o texto seja ajustado para equilibrar os interesses do governo e do setor privado, garantindo uma transição justa e uma carga tributária que não comprometa o crescimento econômico.

Enquanto isso, o mercado imobiliário segue em alerta. Com o aumento dos custos de construção e possíveis ajustes nos financiamentos, o cenário para os próximos meses é de incerteza. Investidores, consumidores e profissionais do setor precisam ficar atentos às mudanças e se preparar para os possíveis impactos dessas novas regras no mercado de imóveis.

Fato é que a simplificação que foi prometida não deve ocorrer, pelo menos durante o período de transição, onde todas as regras devem ficar mais complexas.

Assembleia Legislativa do Paraná terá evangélico na presidência com a eleição de Alexandre Curi

19 de agosto de 2024

Eleito no último dia 12 de agosto para assumir a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná a partir de fevereiro de 2025, Alexandre Curi representará não apenas um rejuvenescimento na Casa, mas também um marco significativo ao ser o primeiro evangélico, membro da Igreja Presbiteriana, a ocupar o cargo mais alto do legislativo estadual.

Os evangélicos no Brasil representam aproximadamente 22% da população, e no Paraná, esse número chega a cerca de 22,1%. Com essa representatividade, a eleição de Curi tem um significado especial, destacando a importância de um segmento tão expressivo da população ver-se representado em uma posição de poder e influência.

Embora sua atuação política seja amplamente reconhecida pelo municipalismo, é inegável que a presença de um evangélico na presidência da Assembleia possa trazer uma nova ressonância a temas caros à comunidade evangélica. Um exemplo disso é o projeto de lei de sua autoria que concedeu o título de cidadão honorário ao ministro André Mendonça, o primeiro evangélico a integrar o Supremo Tribunal Federal.

Em Foz, renovação de 86% em 2020 não impede que todos os vereadores tentem a reeleição, quem conseguirá?

16 de agosto de 2024

A política é uma carreira atrativa para muitos, com candidatos buscando sucessivas reeleições. Quando se retiram, é comum que tentem colocar familiares em seus lugares, prática comum em todos os campos ideológicos.

No entanto, o que os políticos desejam nem sempre reflete a vontade dos eleitores. Um exemplo claro disso é a eleição para vereador, frequentemente a porta de entrada para a carreira política. Em Foz do Iguaçu, o cenário é ainda mais intrigante. Na eleição de 2020, a cidade registrou uma renovação de 86% na câmara, mostrando uma forte demanda por mudança.

Para as próximas eleições, Foz do Iguaçu contará com 236 candidatos disputando 15 cadeiras. Curiosamente, todos os atuais vereadores estão em busca da reeleição. Se a tendência observada em 2020 se mantiver, podemos esperar uma renovação significativa.

Como em muitos aspectos da vida, as eleições são imprevisíveis. Vale lembrar a famosa pergunta de Garrincha: “Já combinaram com os adversários?”. No caso dos políticos, a pergunta é: “Já combinaram com os eleitores?”.

353 candidatos, 19 vagas: quem vai se reeleger em Ponta Grossa?

16 de agosto de 2024

A política é, para muitos, uma carreira desejada, com candidatos frequentemente buscando reeleições sucessivas. Quando decidem sair, é comum que familiares assumam seus lugares. Essa prática é disseminada tanto à esquerda quanto à direita.

Contudo, o desejo dos políticos nem sempre reflete o que os eleitores querem. Isso é evidente na eleição para vereador, uma das posições mais disputadas e frequentemente a porta de entrada para a política. Em Ponta Grossa, esse cenário é ainda mais interessante. Na eleição de 2020, a renovação foi de 58%, sinalizando uma tendência forte de mudança.

Para as próximas eleições, Ponta Grossa contará com 353 candidatos disputando 19 vagas. Dos atuais vereadores, 17 tentarão a reeleição. Se a tendência de 2020 continuar, uma renovação significativa pode ocorrer.

Eleições, como a vida, podem ser imprevisíveis. A famosa pergunta de Garrincha, “Já combinaram com os adversários?”, é válida aqui: “Os candidatos à reeleição já combinaram com os eleitores?”.

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